Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Um grupo de 30 fiscais federais agropecuários promoveram hoje (6) ato, em frente ao prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), para pedir mais recursos para as atividades, o fim das indicações políticas para os cargos técnicos e concurso público para contratação imediata de mais funcionários. Durante o protesto, os fiscais distribuíram laranjas à população. Na próxima semana, a categoria deve decidir, em assembleia, se entrará em greve.
Foi a segunda manifestação da categoria. No último dia 29, os fiscais distribuíram bananas na Praça Osvaldo Cruz.
Os profissionais – das áreas de agronomia, veterinária, química, bioquímica e zootecnia – são responsáveis pela fiscalização de todos os produtos que entram e saem do país pelos portos, aeroportos e pela inspeção de produtos nas indústrias e frigoríficos, sementes e mudas.
“Isso tudo está sendo relegado ao segundo plano porque nós não temos recursos. O contingenciamento feito pelo Ministério da Agricultura cerceou as fiscalizações. Estamos aguardando a liberação para fazer as fiscalizações que já estão previstas no ano”, disse o delegado sindical de São Paulo, Ulysses Thuller, do Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários.
De acordo com Thuller, há mais de sete anos não são feitos concursos, e nesse período, pelo menos 700 funcionários se aposentaram, sem reposição. No Brasil, calcula-se a atuação de 3.500 fiscais, e no estado de São Paulo, 500. “Isso acarreta um prejuízo para a população que é consumidora dos produtos que não são fiscalizados. Nossas diárias também são reduzidas e assim não temos condições de nos deslocar para fazer o nosso trabalho. A fiscalização está muito restrita, aquém do que deveria estar ocorrendo”.
Thuller destacou ainda que alguns funcionários concursados demonstraram intenção de colocar o cargo à disposição por discordar da conduta do ministério. “Muitos de nós, mais novos na função, vamos passar mais 25 anos no ministério, então temos que zelar pelo trabalho feito e pela saúde e pela segurança alimentar do que vai na mesa do brasileiro”.
Segundo Thuller, a categoria já teve três audiências com o ministro da Agricultura, Antônio Andrade, mas sem acordo. O ministério informou, por meio da assessoria de imprensa, que não irá se manifestar sobre os protestos e está em negociação com a categoria.
Edição: Carolina Pimentel
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