Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Imprensa Oficial do Estado do Rio de Janeiro apresenta até o próximo dia 8, na Bienal Internacional do Livro, no Riocentro, o Projeto Mais Leitura, criado há dois anos pelo governo fluminense, em parceria com a instituição, que leva livros a preços populares para a população carente da periferia. Desde o lançamento do projeto foram vendidos em torno de 1 milhão de livros.
O projeto tem três bases fixas nas unidades Poupa Tempo do governo, localizadas em São João de Meriti, na Baixada Fluminense; em Bangu, na zona oeste; e em São Gonçalo, região metropolitana da capital. “As unidades vendem os livros por R$ 2 ou R$ 3, com média de 500 livros vendidos por dia em cada unidade”, informou à Agência Brasil o diretor-presidente da Imprensa Oficial do estado, Haroldo Zager. A gerente do projeto, Thaís Carvalho, adiantou que uma próxima unidade deverá ser aberta em Niterói.
Após negociação com o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel) e a Fagga Eventos, organizadores da bienal, Zager conseguiu levar o Projeto Mais Leitura para o evento deste ano. “Na bienal, nós estamos vendendo os livros por R$2,50. É um preço único, para facilitar ao público”.
No estande, são vendidos 6,2 livros por minuto. “A gente acredita que até o final da bienal, deve chegar a quase 100 mil livros vendidos no estande Mais Leitura”, estimou o diretor-presidente da Imprensa Oficial do Rio de Janeiro. Thaís disse que a primeira vez do projeto na bienal está sendo um sucesso. “A gente está vendendo muito, o pessoal está saindo supersatisfeito. É muito livro bom. E, por esse preço... Só no domingo e na segunda-feira passados, foram vendidos 5 mil livros em cada dia“.
Os livros são publicados por 40 editoras, parceiras do projeto, entre as quais a Record, a Rocco e a Objetiva. “Eles também ingressaram no projeto de levar livros a preços populares para a população. São livros de todos os assuntos. Você tem livros didáticos, paradidáticos, romance, literatura nacional e internacional. Você vê pessoas fazendo fila para comprar livros. É um projeto que nos orgulha muito de poder prestar esse serviço à população”, disse Haroldo Zager.
Tamires Silva está cursando administração no último ano do ensino médio. Ela saiu do estande do Mais Leitura cheia de livros nas mãos. “Nossa! Eu estou achando o [projeto] Mais Leitura maravilhoso. Eu gosto muito de ler. E o preço torna tudo mais acessível para todo mundo. São livros legais e bacanas. Estou gostando muito”, disse.
O Projeto Mais Leitura tem também com uma carreta itinerante, com capacidade para 10 mil livros, que vai percorrer todos os 92 municípios fluminenses. Esta semana, o veículo está estacionado em frente à Biblioteca Parque de Manguinhos, zona norte do Rio, em um teste-piloto, vendendo em torno de 400 livros/dia para as comunidades da região.
Na avaliação do diretor-presidente da Imprensa Oficial, a iniciativa quebra o mito de que brasileiro não gosta de ler. “O brasileiro adora ler. Só não tinha condições de comprar o livro a R$ 40 ou R$ 50. Você bota livro a R$ 2 e R$ 3 e o pessoal comparece”.
Durante a Bienal, a Imprensa Oficial também está distribuindo gratuitamente clássicos da literatura brasileira aos visitantes. Para ganhar os livros, eles precisam participar primeiro de um quiz (tipo de questionário com respostas do tipo "certo ou errado" que objetiva chegar a um consenso) sobre livros impresso e eletrônico.
No estande, o público tem a oportunidade de “entrar” em um híbrido de livro com computador, ou uma representação de computador-livro. O diretor-presidente da Imprensa Oficial disse que hoje em dia há muitos lobbies da tecnologia que falam em acabar com o livro em papel. “A gente tenta passar a ideia de que tanto o computador como o livro são imprescindíveis para o conhecimento. Nem um, nem outro têm que acabar. A gente bolou aquilo para colocar na cabeça das pessoas a importância de ter material impresso também”.
Nas três bienais anteriores, os quiz versavam sobre sustentabilidade, ecologia e as sete maravilhas modernas do mundo. “Nessa brincadeirinha, a gente tem mais ou menos 10 mil pessoas participando do quiz e cada uma sai com um livro. São livros impressos pela Imprensa Oficial. Normalmente, a gente pega livros dos grandes autores brasileiros que estão em domínio público, imprime e dá. É um sucesso”.
Edição: Fábio Massalli
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