Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Pela oitava vez, a cidade de Santos, no litoral paulista, recebe a Bienal Sesc de Dança. De 5 a 12 de setembro serão apresentados na cidade 22 espetáculos, oito intervenções, uma instalação, uma videoinstalação e duas exposições com nomes reconhecidos no cenário da dança contemporânea. Na programação estão quatro grupos internacionais – Última Vez, da Bélgica, dirigido pelo consagrado Wim Vandekeybus, com o espetáculo O Que o Corpo Não Lembra; Xavier Le Roy, da França, com A Sagração da Primavera; Javier Peón-Veiga, do Chile, com a coreografia Nosotros; e a Companhia Periférico, do Uruguai, com o espetáculo Vazio.
Entre os brasileiros estão os catarinenses do Grupo Cena 11 Cia. de Dança, que comemora 20 anos de existência e apresentará três espetáculos, incluindo o inédito Sobre Expectativas e Promessas, solo de Alejandro Ahmed. O coreógrafo Marcelo Evelin apresentará De Repente Fica Tudo Preto de Gente, a bailarina mineira Dudude, A Projetista, e o diretor carioca João Saldanha, a coreografia Aventura entre Pássaros.
De acordo com o técnico da Gerência de Ação Cultural do Sesc-SP, Juliano Azevedo, o destaque do festival é o espetáculo A Sagração da Primavera, que completa 100 anos de existência com várias remontagens ao longo desse período. "Também há um trabalho com influências do tango mostrado em quadra de basquete por uma companhia do Uruguai”.
Azevedo explicou que essa peça é muito importante porque, na época, causou grande alvoroço em Paris, mesmo sendo a cidade uma metrópole avançada para o momento. “Houve um tremendo alvoroço, a peça foi vaiada, muita gente gostou, outras pessoas não. Ao longo dos anos, a peça ganhou contornos emblemáticos que a tornaram uma das principais obras da história da dança moderna. O mundo inteiro comemora seus 100 anos”.
Haverá ainda quatro espetáculos para o público infantil, um deles o primeiro feito pela bailarina carioca Dani Lima para crianças. “Teremos também um trabalho de Maria Clara Villa-Lobos brasileira que vive há muito tempo na Bélgica. Além disso, teremos oficinas de dança para as crianças”.
Azevedo ressaltou que o evento na cidade de Santos faz parte da gênese da Bienal e a escolha está ligada à oportunidade exclusiva de levar a dança à cidade. “O público costuma ser forte. Na edição passada, houve uma ocupação de 60% de seus espaços, o que é muito bom para a dança. Este ano deve ser melhor porque a procura pelos ingressos está muito grande”. Segundo ele, há grupos de diversas partes do estado que vão até o litoral para assistir aos espetáculos e participar das atividades.
Nesta edição, estará disponível pela primeira vez o serviço de audiodescrição, que permite às pessoas com deficiência visual acompanhar apresentações por meio de descrições de tudo o que ocorre em cena. Serão comentados e detalhados cenários, figurinos, movimentação de palco e gestos, entre outras coisas. Os espetáculos que contarão com esse recurso são O Que o Corpo Não Lembra, A Sagração da Primavera e Carta de Amor ao Inimigo.
Os ingressos custam de R$ 4,00 - para sócios do Sesc - a R$ 20,00. Já o espetáculo de Javier Peón-Veiga custa de R$ 8,00 a R$ 30,00. O Sesc disponibiliza ainda ônibus gratuito que sai da Vila Mariana para Santos e retorna depois da última exibição. Para utilizar o transporte, basta telefonar para a unidade, marcar a poltrona e, no embarque, apresentar o ingresso.
Edição: Valéria Aguiar
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