Karine Melo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Senado deve ouvir nos próximos dias o ministro da saúde, Alexandre Padilha, e o presidente da Organização Pan-Americana da Saúde no Brasil (Opas), Joaquim Molina, sobre a contratação de médicos cubanos que vão trabalhar no Brasil pelo Programa Mais Médicos. A Opas fez acordo com Cuba, prevendo inicialmente a vinda de 4 mil médicos cubanos. Os primeiros 400 profissionais do acordo vão atuar em parte das 701 cidades que não receberam inscrições individuais de médicos.
Além de detalhes sobre a contratação e por que ela foi feita por meio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), os senadores querem ter informações das condições de trabalho oferecidas aos médicos estrangeiros que atuarão no interior.
Segundo a senadora Ana Amélia (PP-RS), autora do requerimento, dos R$ 10 mil de salário a serem pagos aos médicos, apenas R$ 1,5 mil serão entregues aos profissionais, sendo os demais R$ 8,5 mil destinados ao governo de Cuba. "Isso é precarização do trabalho. O governo federal não está sendo claro e transparente sobre a forma de contratação desses médicos", disse.
Inicialmente nem a Opas nem o Ministério da Saúde souberam especificar quanto dos R$ 10 mil pagos por médico será repassado para os profissionais, porém, o secretário adjunto de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Fernando Menezes, disse depois que a remuneração ficará entre R$ 2,5 mil e R$ 4 mil.
O convite foi aprovado nesta quarta-feira (28) pela Comissão de Assuntos Sociais, mas a audiência que vai ouvir as autoridades será conjunta com mais cinco comissões, entre elas, a de Educação e a de Assuntos Econômicos.
Edição: Talita Cavalcante
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