Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Uma forte concentração de vencimentos de títulos prefixados fez a Dívida Pública Federal (DPF) cair quase R$ 30 bilhões em julho. De acordo com dados divulgados há pouco pela Secretaria do Tesouro Nacional, a DPF fechou o mês passado em R$ 1,957 trilhão, com queda de 1,44% (R$ 28,6 bilhões) em relação ao estoque registrado em junho.
A dívida pública mobiliária – em títulos públicos – interna caiu 1,6%, de R$ 1,895 trilhão para R$ 1,864 trilhão. Isso ocorreu porque, no mês passado, o Tesouro resgatou R$ 45,86 bilhões em títulos a mais do que emitiu. Esse resgate, no entanto, foi compensado parcialmente pelo reconhecimento de R$ 15,50 bilhões em juros. O reconhecimento ocorre porque a correção que o Tesouro se compromete a pagar aos investidores é incorporada gradualmente ao valor devido.
Por causa da alta de 3,37% do dólar em julho, a dívida pública externa encerrou o mês com aumento de 1,96%. O estoque passou de R$ 90,92 bilhões em junho para R$ 92,70 bilhões no mês passado. A alta, no entanto, foi insuficiente para compensar a queda da dívida interna e influenciou pouco o estoque da DPF.
A queda da DPF foi influenciada pelo vencimento de títulos prefixados. Apenas no mês passado, R$ 85,44 bilhões em papéis do Tesouro foram resgatados. A maior parte do total resgatado, R$ 77,6 bilhões, correspondeu a títulos prefixados que costumam vencer no primeiro mês de cada trimestre – janeiro, julho, julho e outubro.
Apesar de continuar abaixo de R$ 2 trilhões, o próprio Tesouro reconhece que a DPF deve voltar a subir nos próximos meses. De acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF), divulgado em junho, a tendência é que o estoque da Dívida Pública Federal encerre o ano entre R$ 2,1 trilhões e R$ 2,24 trilhões. Em dezembro, a DPF ultrapassou pela primeira vez a barreira de R$ 2 trilhões, mas caiu nos meses seguintes.
Por meio da dívida pública, o governo pega emprestado dos investidores recursos para honrar compromissos. Em troca, compromete-se a devolver os recursos com alguma correção, que pode ser definida com antecedência, no caso dos títulos prefixados, ou seguir a variação da taxa Selic, da inflação ou do câmbio.
Edição: Nádia Franco
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