Protestos marcam a primeira reunião da CPI dos Ônibus aberta ao público

22/08/2013 - 14h40

Da Agência Brasil

Rio de Janeiro – A primeira reunião aberta à população da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o sistema dos ônibus do Rio de Janeiro foi realizada na manhã de hoje (22) na Câmara Municipal. Todas as 120 senhas disponíveis para o público foram distribuídas. A segurança reforçada não impediu o início de brigas entre dois grupos.

No interior do plenário, onde ocorreu a audiência, os manifestantes contrários aos parlamentares que formam a comissão ocuparam o lado direito, enquanto do lado esquerdo estavam os militantes que apoiam a CPI, independentemente de quem a presida. Os dois grupos trocaram ofensas e chegaram a se enfrentar fisicamente no início da reunião e os seguranças tiveram de intervir. Um sapato e bolas de papel foram atirados nos membros da comissão.

O vereador proponente da CPI, Eliomar Coelho (PSOL) e o primeiro suplente da comissão, vereador Reimont (PT), estavam na Câmara, mas não participaram da audiência por considerarem ilegítima a forma que a comissão foi constituída. Segundo nota divulgada pela assessoria de Eliomar Coelho, não é legítimo que “um bloco parlamentar que representa 47% do total dos vereadores, assuma 100% das vagas”, embora a comissão tenha sido formada de acordo com o Regimento da Câmara.

O acampamento montado há 13 dias permanece em frente à Câmara. A Rua Alcindo Guanabara, por onde é feita a entrada para a Casa, permaneceu fechada por policiais durante toda a sessão. Um grupo denominado Baratox Controle de Pragas Políticas exibia baratas de papel que representavam a família do empresário Jacob Barata – que é o maior do setor de ônibus do Rio.

O secretário municipal de Transportes, Carlos Roberto Osório, foi o primeiro a ser ouvido pela comissão e explicou que o sistema de transporte da cidade evoluiu de forma lenta e desorganizada, devido ao descaso que o setor sofreu nos anos 80. Ainda segundo o secretário, a implantação de GPS (Sistema de Posicionamento Global, por satélite) nos ônibus foi um passo importante para a fiscalização.

“A fiscalização não é a que a prefeitura gostaria de ter. Estamos carentes de fiscais. Mas o GPS é um passo importante para a fiscalização. Teremos um aplicativo onde o cidadão saberá quanto tempo terá de esperar pelo ônibus. Teremos um controle que nunca tivemos”.

Participaram da reunião o ex-secretário municipal de Transportes, Alexandre Sansão, e o presidente da Comissão de Licitação, Hélio Borges.

Na próxima quinta-feira (29) ocorrerá a segunda reunião aberta ao público, para a qual foram convidados o Procurador-geral do Município do Rio de Janeiro, um representante dos consórcios de ônibus e um representante da Rio Ônibus, sindicato das empresas de ônibus da cidade.

 

Edição: Beto Coura
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