Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Acabou frustrada a visita da Comissão da Verdade do Rio ao antigo Destacamento de Operações de Informações-Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), principal centro de tortura na época da ditadura, que funcionava no 1º Batalhão da Polícia do Exército, na Tijuca, zona norte da cidade. O Exército proibiu a entrada dos membros da comissão, que tinham como objetivo reivindicar o tombamento do local para a criação de um centro de memória, a exemplo do que foi feito em São Paulo com o prédio do antigo Dops e em Buenos Aires com a Escola de Mecânica da Armada.
O assessor do Comando Militar do Leste, coronel Roberto Itamar Plum, informou que a visita não foi autorizada pois a comissão é estadual e não tem autorização legal para fazer diligência em unidade de âmbito federal. “Eles foram recebidos pelo comandante, a situação foi explicada, pois não há respaldo legal para que uma comissão estadual possa diligenciar em área sob administração do Poder Executivo Federal”, explicou. Segundo o assessor, “essa decisão foi informada ao governador do Rio, Sérgio Cabral, e agora a decisão cabe ao Ministério da Defesa”.
O presidente da comissão estadual, Wadih Damous, disse que os integrantes conseguiram marcar uma reunião às 16h com o comandante militar do Leste, Francisco Carlos Modesto, maior autoridade do Exército no Rio. De acordo com Damous, essa interpretação da lei que proíbe a diligência da comissão é equivocada e o ofício encaminhado ao Exército, comunicando a visita, foi assinado também pelo Ministério Público Federal que faz parte da comitiva. “Esse argumento não se sustenta, mas consideramos um fato positivo termos sido recebidos aqui dentro e às 16h estaremos com o comandante militar lá [no 1º Batalhão da PE] para ver se conseguimos demovê-lo dessa proibição”, comentou.
O assessor do Comando Militar do Leste não confirmou a reunião.
Edição: Graça Adjuto
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