Da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A Secretaria Estadual do Ambiente, em parceria com o Disque-Denúncia, da Secretaria do Estado de Segurança Pública, está oferecendo recompensa de R$ 5 mil para quem ajudar a polícia a identificar os assassinos do biólogo espanhol Gonzalo Alonso Hernández, morto a tiros no último dia 6 em seu sítio, no município fluminense de Rio Claro, na região Médio Paraíba. Mais cedo, cerca de 120 ambientalistas participaram de um ato na Central do Brasil cobrando a apuração do crime.
De acordo com o secretário Carlos Minc, a partir de amanhã (20), mil cartazes sobre a recompensa serão espalhados nas regiões próximas ao sítio do ambientalista, no distrito de Lídice.“Estamos convencidos de que foram pessoas locais, como palmiteiros e caçadores que cometeram esse crime. Nenhum profissional saberia a rotina do Gonzalo ou, por exemplo, qual lado do rio é mais profundo para despejar o corpo. Há testemunhas, mas elas estão com medo. Como o Disque-Denúncia tem credibilidade, por nunca ter revelado uma fonte, acreditamos que através desta estratégia a vizinhança fale”, explicou.
Minc acrescentou que o dinheiro virá da própria secretaria. "Quem vai pagar a recompensa somos nós da secretaria, mas é o Disque-Denúncia que vai entregar o dinheiro, a fim de manter o anonimato da pessoa”, contou.
A viúva do ambientalista, Maria Lourdes Pena Campos, disse que o marido foi assassinado por ter denunciado constantemente crimes ambientais na região. "Com certeza, o assassinato tem ligação com os crimes ambientais que ele denunciava como, queimadas, extração de areia e caçadas. Alguém que ele incomodou praticou essa brutalidade".
Para o secretário executivo do Instituto Terra de Preservação Ambiental, organização não governamental responsável pelo ato de hoje, Maurício Ruiz, a segurança dos ambientalistas é fundamental. "Não queremos mais crimes contra ambientalistas, como aconteceu com Chico Mendes [seringueiro assassinado em 1988] e agora com o Gonzalo Hernández. Os diversos ambientalistas presentes no ato e as 300 organizações não governamentais ambientais aqui em protesto querem a apuração do crime", revelou.
Ele considera a oferta da recompensa uma boa iniciativa. "É uma boa iniciativa, e é exatamente isso que esperamos, que através de uma grande mobilização o assassino seja pego em 30 dias". Um novo ato do instituto está marcado para o próximo mês. O local ainda não está definido.
O ambientalista Gonzalo Hernández, vivia há 16 anos no Brasil e plantou 4 mil árvores na área do Parque Estadual Cunhambebe. O parque, criado em 2008, tem 38 mil hectares, abrangendo os municípios de Angra dos Reis, Rio Claro, Mangaratiba e Itaguaí.
Edição: Carolina Pimentel
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