Mariana Branco
Repórter da Agência Brasil*
Brasília – O ministro do Interior do Egito, Mohamed Ibrahim, que na semana passada autorizou as forças de segurança do país a utilizarem munição real contra a população, anunciou hoje (18) a proibição dos apoiadores do presidente deposto Mohamed Mursi de permanecerem nas ruas no Cairo, capital do país. De acordo com comunicado divulgado por Ibrahim, os grupos "praticam atos ilegais".
Neste domingo, um representante do Exército deu declarações, pela primeira vez, sobre a repressão aos protestos que matou centenas de pessoas e foi condenada pela comunidade internacional. O general Abdel Fattah Al Sisi disse as Forças Armadas "respeitam a vontade do povo, mas não vão se vergar ante a violência". “Não vamos nos manter em silêncio ante a destruição do país”, declarou o general Al Sisi, em discurso perante as chefias das forças de segurança. Ele disse ainda que sua mensagem aos apoiadores de Mursi é que há lugar para todos e pediu ajuda deles para reconstruir o caminho democrático.
Estava prevista para hoje uma marcha de protesto a favor do presidente deposto na capital egípcia, mas a manifestação foi cancelada. De acordo com Yasmine Adel, porta-voz da Coligação Antigolpe de Estado, o cancelamento ocorreu por motivos de segurança.
Os conflitos no Egito começaram após a deposição do presidente Mohamed Mursi, primeiro a ser eleito democraticamente, em função da queda do regime ditatorial de Hosni Mubarak. Mursi foi retirado do posto no mês passado pelo Exército, que instituiu um governo interino. A Irmandade Muçulmana, partido do presidente deposto, pede seu retorno imediato ao poder. Os confrontos entre os apoiadores de Mursi e as forças de segurança, iniciados na quarta-feira (14), deixaram mais de 750 mortos. A maioria deles era civil.
*Com informações da Agência Lusa e da BBC Brasil
Edição: Beto Coura
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