Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Uma equipe de funcionários do governo dos Estados Unidos passou a manhã de hoje (12) no Palácio Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores. Os norte-americanos fizeram um reconhecimento dos locais por onde o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, passará amanhã (13) em sua visita por Brasília.
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e Kerry devem se reunir por volta do meio-dia, em seguida haverá uma entrevista coletiva e depois um almoço no Itamaraty. Por enquanto, não há confirmação de encontro do secretário norte-americano com a presidenta Dilma Rousseff.
Brasileiros que acompanharam a equipe norte-americana disseram que visitas de reconhecimento são comuns, quando delegações estrangeiras vêm ao Brasil. Os norte-americanos verificaram as salas nas quais Kerry se reunirá com Patriota e onde depois concederão entrevista coletiva. Também observaram o local onde será servido o almoço.
A visita de Kerry, que assumiu o cargo há seis meses, ocorre em um momento delicado das relações entre Brasil e Estados Unidos, pois há pouco mais de um mês veio à tona o escândalo sobre agências norte-americanas que monitoravam cidadãos em vários países, inclusive no Brasil. A informação gerou mal-estar entre os governos de ambos os países e o embaixador norte-americano em Brasília, Thomas Shannon, foi chamado a dar explicações.
Paralelamente, é organizada a primeira visita da presidenta Dilma Rousseff com honras de chefe de Estado aos Estados Unidos. A visita está prevista para 23 de outubro e é considerada uma situação especial, pois o governo norte-americano limita os convites com honras de chefe de Estado. Os preparativos da visita são organizados nos mínimos detalhes: preferências da presidenta para o cardápio e gosto musical.
Amanhã, Patriota receberá pela primeira vez Kerry como secretário de Estado. No posto desde fevereiro, o norte-americano provocou críticas dos governos latino-americanos ao se referir à América Latina como “quintal”. Os presidentes da Bolívia, Evo Morales, e do Equador, Rafael Correa, reagiram aos comentários cobrando explicações.
Os assessores brasileiros e norte-americanos, no entanto, trabalham para que a visita de Kerry tenha resultados positivos. Nos últimos cinco anos, o fluxo de comércio entre Estados Unidos e Brasil aumentou 11,3%, passando de US$ 53,1 bilhões para US$ 59,1 bilhões. Os Estados Unidos são o país com maior estoque de Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) no Brasil, somando US$ 104 bilhões em 2010. Em 2012, os Estados Unidos foram o maior investidor estrangeiro no Brasil.
Edição: Denise Griesinger
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