Akemi Nitahara
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – As pesquisas mais recentes desenvolvidas por especialistas do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), serão apresentadas até quarta-feira (14) no Seminário Anual Científico e Tecnológico, que começou hoje (12).
O presidente do Conselho Político e Estratégico de Bio-Manguinhos, Akira Homma, explica que entre os temas estão as tendências tecnológicas na produção de vacinas, de diagnósticos laboratoriais e também as parcerias público-privadas no setor.
“Os temas que estamos falando tem a ver com os temas que o Bio-Manguinhos trabalha: imunobiológicos em geral, vacinas, reativo a diagnóstico, biofármacos, mas no seu contexto, ou seja, pesquisa, desenvolvimento tecnológico, produção, controle de qualidade, garantia de qualidade, gestão, estudo clínico, fármaco vigilância, ou seja, todo o conjunto que tem que haver com o produto está sendo abordado nessas seções”.
A instituição organiza seminários internacionais a cada cinco anos, mas decidiu investir no evento anual pela grande produção de conhecimento e tecnologia desenvolvida por Bio-Manguinhos.
“É importante para uma instituição como a Bio-Manguinhos, que está crescendo muito. Nos últimos cinco anos nós incorporamos 300 funcionários novos e eles precisam ter conhecimento do que está acontecendo, além de outros demais funcionários saberem o que o Bio-Manguinhos está fazendo, porque ficou tão grande que a gente precisa de um espaço aonde eles possam vir, interagir com os outros e buscar um sinergismo institucional para a gente fortalecer”.
Ainda este ano, será inaugurado o Centro Integrado de Protótipos, Biofármacos e Reativos para diagnóstico, no próprio campus da Fiocruz, em Manguinhos, na zona norte do Rio. O projeto de expansão de Bio-Manguinhos também inclui a construção do Centro de Processamento Final em Santa Cruz, na zona oeste do Rio, e o Polo Industrial e Tecnológico de Saúde, na cidade de Eusébio, no Ceará.
Atualmente, a instituição produz dez vacinas diferentes e fornece metade das doses oferecidas pelo calendário básico nacional. A coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde (PNI), Carla Domingues, diz que o seminário é fundamental para discutir e desenvolver novas tecnologias que possam ser adaptadas e utilizadas no Sistema Único de Saúde (SUS).
“Eu acho que a gente tem cada vez mais que pensar em incluir tanto medicamentos como fármacos e reativos que atendam às necessidades cada vez mais do Sistema Único de Saúde e que a gente possa discutir a melhoria dessa produção, com o desenvolvimento de tecnologias e avanços que vão ser fundamentais no processo produtivo como um todo”.
Carla lembra que o PNI é reconhecido internacionalmente como um dos programas mais completos de saúde pública, com um elenco grande de imunobiológicos e um calendário que engloba toda a família. De acordo com Carla, um dos motivos do sucesso é a grande capacidade do Brasil produzir suas próprias vacinas.
“Seja produzida pelos próprios laboratórios ou nessa parceria público-privada, aonde há transferência de tecnologia para os laboratórios públicos. Hoje 96% dessa produção é feita no país, o que garante a sustentabilidade do programa e a possibilidade de continuar ampliando para aqueles grupos alvos definidos e para outros grupos que vão ser incluídos num futuro próximo”.
Carla adianta que em setembro será incluída no PNI a vacina contra varicela no calendário infantil, contra hepatite A em janeiro e também a vacina difteria, tétano e pertussis (DTpa) para gestantes.
Edição: Fábio Massalli
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