Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, anunciou, esta semana, a mudança do comando da Tropa de Choque de São Paulo. A troca foi publicada na última quarta-feira (7) no Diário Oficial do Estado.
Com isso, o coronel César Augusto Luciano Franco Morelli, que estava à frente do comando da Tropa de Choque desde setembro de 2011, deixou o cargo e foi transferido para a Assessoria Policial Militar da Prefeitura Municipal de São Paulo. Em seu lugar assume o coronel Carlos Celso Castelo Branco Savioli, que estava no comando da Polícia Militar na Baixada Santista.
Por meio de nota à imprensa, a Polícia Militar informou que a troca no comando ocorreu por “um processo natural de gestão e renovação da instituição”. Segundo a Polícia Militar, o mês de agosto “é uma das épocas do ano em que ocorrem promoções de oficiais e praças e suas decorrentes movimentações para o preenchimento de cargos e vagas”.
“O coronel Savioli tem vasta experiência no policiamento de Choque. A última unidade que comandou antes de ser promovido ao posto de coronel foi o 2º Batalhão de Choque, unidade responsável pelo policiamento em praças desportivas, grandes eventos e demais ações cuja peculiaridade necessite do emprego da tropa”, informou a Polícia Militar, por meio de nota.
Para Guaracy Mingardi, analista criminal e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em entrevista hoje (9) à Agência Brasil, o novo comandante da Tropa de Choque terá dois grandes desafios: acertar o trabalho da Tropa de Choque nas manifestações e manter a Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) sobre controle. “A Rota vem diminuindo o grau de agressividade e matando menos e é preciso manter isso, não deixando voltar ao padrão que era no ano passado”, disse.
Nos protestos de junho os policiais foram acusados de agir com excessos para conter manifestantes e demorar para combater invasões e atos de vandalismo. “A Tropa de Choque está errando muito nas manifestações. O que aconteceu ali é que o Choque, primeiro, foi com muita sede ao pote, bateu em todo mundo, foi aquele escândalo e toda a sociedade reclamou. Depois, largaram a mão. Agora, às vezes, há manifestações de 100 ou 200 pessoas, com vandalismo, e eles ficam meio de fora. Quando entram, pegam umas pessoas sem provas e sem nada e tem que liberá-las logo em seguida. A Tropa de Choque ou está indo muito pesado ou então não está indo. Então, era preciso mudar alguma coisa”, disse.
Para Arles Gonçalves Junior, presidente da Comissão de Segurança Pública da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP), a troca de comando é um procedimento normal na Polícia Militar de São Paulo. “Ela ocorre normalmente nas polícias. Vira e mexe se faz a mudança para oxigenar os comandos. Isso é normal”, disse. Para o presidente da comissão, se a explicação para a troca fossem falhas no comando durante as manifestações, ela teria ocorrido há algum tempo. “Normalmente, quando há outra explicação, a mudança é imediata”.
Edição: Fábio Massalli
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