Mariana Tokarnia
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Representantes de entidades do ensino médico e da medicina de família divulgaram hoje (1º) uma carta de apoio à proposta do governo de tornar a residência obrigatória a partir de 2018, um dos itens do Programa Mais Médicos. Segundo a carta, caso as mudanças sejam implementadas pelos ministérios da Saúde e da Educação e incorporem a Medida Provisória (MP) 621/2013 - que institui o programa - em tramitação no Congresso Nacional, haverá “uma mudança significativa no perfil da prática médica para os próximos anos no Brasil, que beneficiará sobremaneira a população brasileira”.
A carta é assinada pelo diretor da Associação Brasileira de Ensino Médico (Abem), Vardeli Alves de Moraes; pelo coordenador do Grupo de Trabalho dos Representantes dos Cursos de Medicina das Instituições Federais de Ensino Superior, Henry de Holanda Campos; pelo presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), Núlvio Lermen Júnior e pelo coordenador do Fórum de Dirigentes dos Cursos de Medicina das Instituições Federais de Ensino Superior (Formed), Antônio Carlos Lopes.
Segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Educação, três das entidades integram o grupo responsável pela proposta divulgada ontem (31). A única que não faz parte é a SBMFC. A carta esclarece também que o grupo foi formado a partir de audiências para as quais o próprio MEC convidou autoridades e representantes de cursos de medicina para discutir a educação médica e debater propostas para aperfeiçoar o Mais Médicos.
A proposta apresentada é o resultado dessas discussões. Além de tornar a residência no SUS obrigatória, a proposta é que a residência nas cinco áreas prioritárias do SUS - que são cirurgia geral, ginecologia-obstetrícia, pediatria e medicina de família e comunidade – e mais a psiquiatria tenham o primeiro ano voltado para atenção primária, em urgência e emergência.
Os especialistas entendem que os melhores sistemas de saúde do mundo têm cuidados primários e estratégias de saúde da família e da comunidade sólidos e que isso melhora “a eficiência dos serviços de saúde, satisfação do paciente e qualidade de vida da população, tendo profissionais capacitados e comprometidos com a defesa da vida e da saúde das pessoas”.
O Programa Mais Médicos foi criticado ontem (31) por entidades médicas, que disseram não ser possível implementá-la com qualidade no tempo estipulado pelo governo.
Edição: Fábio Massalli // matéria atualizada às 19h36 para acréscimo de informação
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