Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Em 2010, o Brasil gastou R$1,6 bilhão - US$ 923 milhões - em cooperações destinadas ao desenvolvimento internacional. O valor é 91,2% maior do que o registrado no ano anterior. Do total, R$965 milhões, equivalente a 66,3% do total, correspondem a gastos com cooperações multilaterais e R$ 491 milhões (33,7%) com cooperações bilaterais.
Os números constam do relatório Cooperação Brasileira para o Desenvolvimento Internacional (Cobradi), divulgado hoje (1º) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A publicação contabiliza os gastos dos órgãos da Administração Pública Federal, em 2010, com a cooperação para o desenvolvimento internacional.
Entre as despesas públicas estão desembolsos feitos por meio de tratados, convenções, acordos, protocolos, atos institucionais ou compromissos internacionais. Os gastos correspondem à disponibilização de pessoal, infraestrutura e recursos financeiros mediante a capacitação de indivíduos e o fortalecimento de organizações e instituições no exterior, além da organização ou participação do país em missões, como a manutenção da paz e da gestão de programas e projetos científicos e tecnológicos em conjunto com outros países e institutos de pesquisas.
Estão previstos no estudo, também, os gastos em cooperações humanitárias, apoio a refugiados, contribuições com organismos internacionais e doações oficiais. Segundo o técnico de planejamento e pesquisa do Ipea e coordenador do Cobradi, João Brígido Lima, o Haiti é o país que mais detém colaboração brasileira. O país recebeu R$ 92,4 milhões em investimentos.
“Esses valores foram destinados a ações como as de aperfeiçoamento de sistemas de produção de milho, feijão, arroz, mandioca, hortaliças, agricultura familiar, segurança alimentar e nutricional, bem como para aprimorar o programa de imunização e o tratamento contra a cólera no Haiti. Resultou, ainda, em uma melhor preparação de quadros para gerenciar a saúde no páís e o envio de 10 mil doses de vacinas contra hepatite B”, detalhou Brígido.
De acordo com o estudo, 68% dos gastos feitos em cooperações bilaterais – o correspondente a R$ 195 milhões dos R$ 491 milhões – foram vinculados a América Latina e ao Caribe; 22,5% (R$ 65 milhões) foram destinados à ações em países africanos; e 2% (R$ 6 milhões) à cooperações com países asiáticos e do Oriente Médio.
Ainda dentro dos acordos bilaterais, foram destinados R$ 11 milhões (4%) a países da Europa. A América do Norte recebeu R$ 3 milhões (1%); e à Oceania, em especial o Timor Leste, foi destinado R$ 6 milhões (2,25% do total destinado a acordos bilaterais). "Mais do que transferências de recursos o que proporcionamos a esses países é a transferência de conhecimento [pelas empresas de pesquisa brasileiras] e, ao mesmo tempo, fortalecemos a liderança regional do Brasil", disse João Brígido.
Edição: Marcos Chagas
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