Leandra Felipe
Correspondente da Agência Brasil/EBC
Bogotá (Colômbia) - Investigadores da polícia colombiana intensificaram as buscas para tentar localizar o ex-militar norte-americano Kevin Scott Sutay, sequestrado pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) há cerca de um mês. Os policiais se concentram em San José del Guaviare, departamento (estado) Guaviare, na Colômbia, onde Sutay foi visto pela última vez. Em comunicado, as Farc confirmaram que mantêm como refém o norte-americano.
No comunicado, a guerrilha disse que a libertação de Sutay era um “gesto de boa vontade no âmbito das negociações de paz com o governo”. Para a liberação, as Farc pediram a participação de uma comissão humanitária composta pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e também da ex-senadora Piedad Córdoba, presidente da organização Colombianas e Colombianos pela Paz.
A confirmação do sequestro de Sutay causou comoção nacional na Colômbia com críticas de políticos que rechaçam as atuais negociações de paz e a opinião pública. Em fevereiro de 2012, as Farc anunciaram o fim dos sequestros.
O ex-militar estava em viagem pela América Latina e passou pelo México, por Honduras, pela Costa Rica e pela Nicarágua. O Exército colombiano informou que o norte-americano assinou um termo de responsabilidade que o alertava sobre os perigos da viagem. Sutay saiu do local onde estava hospedado, em 18 de junho, para conhecer a comunidade indígena Nukak Makú. Desde então, está sob poder dos guerrilheiros.
No texto das Farc, Sutay é descrito como ex-militar das Forças Armadas dos Estados Unidos, no período de 2009 a 2013, e combateu na guerra do Afeganistão. O local onde estava o norte-americano é área de atuação de duas frentes sétima, que reúnem aproximadamente 280 homens.
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, há quatro dias, acusou as Farc de terem violado os compromissos, firmados durante a busca por um acordo de paz, em curso em Havana (Cuba). “Esses senhores das Farc violam de forma flagrante o compromisso que fizeram no começo das conversações ao manter sequestrado um cidadão norte-americano. E ele não foi sequestrado antes [do início do diálogo], o sequestraram recentemente, sem nenhum tipo de justificação e sem nenhuma razão”, disse ele.
A proposta das Farc de condicionar a libertação do norte-americano à participação de uma comissão negociadora foi rejeitada por Santos. “Novamente as Farc querem fazer um show midiático, para que o país e o mundo os engrandeçam com seu gesto humanitário”, ressaltou.
Edição: Andréa Quintiere
Todo conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir a matéria, é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil