Centrais avisam que pode haver nova mobilização em agosto

12/07/2013 - 16h47

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, classificou de "históricas" as manifestações de ontem (11), Dia Nacional de Luta. Segundo Paulinho, a mobilização organizada pelas centrais sindicais foi um sucesso por ter conseguido reunir milhares de pessoas nas principais cidades do país. Para ele, a grande participação popular mostrou a importância do movimento sindical para a defesa dos direitos dos trabalhadores. No entanto, os sindicalistas informaram que outro dia nacional de paralisações pode ocorrer no fim de agosto, se não houver avanços na pauta de reivindicações.

“Milhares de trabalhadores paralisaram suas atividades, outros tantos não foram trabalhar. Houve paralisações em atividades nas quais  não esperávamos paralisação. [O movimento] foi muito importante para divulgar uma pauta histórica dos trabalhadores, porque muitas vezes não conseguimos alcançar o Brasil inteiro”, disse o líder sindical.

Na reunião em que foi feito um balanço sobre o Dia Nacional de Luta, os sindicalistas disseram que, após o sucesso das manifestações, as oito centrais sindicais reforçarão a pauta de reivindicações, que inclui o fim do fator previdenciário, redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salário, reajuste digno para os aposentados, mais investimentos na saúde e educação, transporte público de qualidade, fim do Projeto de Lei 4.330, que amplia a terceirização, reforma agrária e fim dos leilões do petróleo.

As manifestações foram organizadas pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Central Geral dos Trabalhadores (CGTB), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), Intersindical, Central Sindical Popular (Conlutas), Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB). A pauta de reivindicações foi elaborada pelos sindicatos em junho de 2010 e, desde então, vem sendo defendida por eles.

O presidente da CUT, Vagner Freitas, criticou as multas aplicadas pela Justiça Federal às centrais sindicais pelas interdições de estradas. “O interdito proibitório, que foi um instrumento criado para discutir as divergências em relação à propriedade privada, agora é usado para impedir que o movimento sindical se aproxime dos trabalhadores para fazer seu papel de convencimento político e de representação. Recebemos quase R$ 1 milhão em multas devido à atividade de ontem, que foi extremamente democrática, pacífica e ordeira. Isso é para inviabilizar o movimento sindical e impedir que os trabalhadores tenham direito de mobilização”, disse Freitas.

As centrais planejam ainda atividades intermediárias até o dia 30 de agosto, como reuniões com os presidentes dos sindicatos, do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior do Trabalho para tratar do chamado interdito proibitório, que determina a proibição da livre organização sindical imposta por empregadores. Estão previstos ainda atos para pressionar as empresas a agir para que a o Projeto de Lei 4.330 não seja aprovado.
 

Edição: Nádia Franco

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