Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, defendeu hoje (1º) que as autoridades mundiais reforcem a segurança nuclear devido às “consequências humanitárias catastróficas” do uso de armamentos (nucleares) por “intenção ou acidente”. Ele ressaltou que, apenas em 2010, os gastos militares globais ultrapassaram US$ 1,6 trilhão, o equivalente a US$ 4,6 bilhões por dia.
Patriota reiterou que o Brasil busca avançar na área nuclear, preservando o desenvolvimento de pesquisas com segurança. “O Brasil adotou legislação nacional abrangente nesse campo, e é parte de todos os instrumentos internacionais relevantes na promoção da segurança nuclear e da supressão do terrorismo”, destacou o chanceler, que participa da Conferência Ministerial da Agência Internacional de Energia Atômica para Segurança Física Nuclear, em Viena, na Áustria.
Patriota lembrou que a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) é o foro multilateral para conciliar as legítimas preocupações da comunidade internacional sobre a proliferação nuclear.
Em meio à polêmica sobre o programa nuclear iraniano, alvo de suspeitas internacionais de produção de armamentos, Patriota apoiou as pesquisas desde que com fins pacíficos. Ele não citou o Irã especificamente.
“Também se deve estar ciente de que as preocupações com a segurança nuclear não podem ser invocadas para impedir o legítimo direito dos Estados de desenvolverem pesquisa, produção e uso da energia nuclear para fins pacíficos”, disse o chanceler. “A segurança nuclear deve ser articulada no âmbito dos esforços da comunidade internacional em geral, para promover os objetivos do desarmamento nuclear, a não proliferação e o avanço dos usos pacíficos da energia nuclear.”
Patriota destacou que o esforço comum é a busca da paz. “[Devemos] buscar ativamente em nossos esforços multilaterais, destinados a promover uma paz sustentável, a segurança e o aumento dos níveis de bem-estar para cada país e para a humanidade como um todo”, disse ele. “Não podemos ignorar que a existência de muitos milhares de armas nucleares constitui grande e imediata ameaça à paz e à segurança internacional, como à própria sobrevivência da vida na Terra.”
O chanceler passa o dia em Viena para reuniões bilaterais com os ministros das Relações Exteriores da Áustria e Dinamarca sobre acordos nas áreas de educação, energia, comércio e investimentos.
Em 2012, o fluxo comercial entre o Brasil e a Áustria atingiu US$ 1,75 bilhão, e o volume de comércio entre o Brasil e a Dinamarca registrou US$ 1,16 bilhão. Há, ainda, reuniões de Patriota com o diretor-geral da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido), Li Yong.
Edição: Graça Adjuto
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