Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), recebeu, há pouco, uma pauta de reivindicações colhidas nas manifestações populares que vêm ocorrendo em todo o país. Entregue por cerca de 30 representantes de vários movimentos da sociedade civil, a pauta tem dez itens, entre os quais o arquivamento imediato de projeto que tipifica como atos terroristas manifestações durante as copas das Confederações e do Mundo e o fim do voto secreto de parlamentares, além de mais investimento em saúde, educação e segurança.
Outra reivindicação apresentada a Henrique Alves, a transformação em crime hediondo das práticas de corrupção ativa e passiva, concussão, peculato e excesso de exação, foi aprovada hoje (26) no Senado e o projeto de lei segue agora para votação na Câmara. Com isso, a pena mínima para tais crimes fica maiors e eles passam a ser inafiançáveis.
Segundo Victor Reis, do Movimento Honestinas, o presidente da Câmara falou sobre cada um dos pontos da pauta, abordando a viabilidade de atendimento deles e as dificuldades para aprovação de outros. Reis enfatizou que o movimento das ruas é “muito” plural, assim como é plural o grupo que se reuniu com Henrique Alves.
O representante do Movimento Juntos, Rodolfo Mohr, destacou que, graças aos movimentos de rua, o povo vem obtendo vitórias importantes, como a aprovação de propostas pelo Legislativo e até sendo recebido pelo presidente da Câmara, como ocorreu hoje. Mohr informou que Alves prometeu recebê-los novamente na primeira quinzena de agosto para um balanço sobre o andamento da pauta de reivindicações.
De acordo com Mohr, o presidente da Câmara informou que o plebiscito sobre a reforma política poderá ser realizado em setembro e que o voto facultativo deverá ser um dos sete ou oito pontos da consulta. Mohr ressaltou que o povo descobriu que, com a mobilização, suas pautas são atendidas. “As pessoas que estão aqui hoje são parte do movimento que usa sua voz e a força do povo nas ruas de forma pacifica e organizada. Acreditamos que mais mobilização de rua pode garantir a celeridade e a vitória das demandas que apresentamos hoje.”
Também estão entre as demandas levadas à Câmara pelos manifestantes a criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar os gastos da Copa, o fim do foro privilegiado para autoridades, melhorias imediatas no transporte público, instituição do voto facultativo e reforma política com participação popular, entre outras.
Alves recebeu também representantes dos movimentos Anel, Domínio Público, Companhia Revolucionária Triângulo Rosa, Icó e Rompendo Amarras.
Edição: Nádia Franco
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