Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O prazo médio da Dívida Pública Federal (DPF) voltou a bater recorde em maio. Segundo números divulgados há pouco pelo Tesouro Nacional, o prazo médio subiu de 4,22 anos, em abril, para 4,30 anos, no mês passado. É o maior intervalo registrado desde o início da série histórica, em 2005.
O prazo médio corresponde ao tempo que o Tesouro leva para renovar completamente a dívida pública. O órgão não divulga o resultado em meses, apenas em anos. A participação dos vencimentos nos próximos 12 meses caiu de 25,52% para 23,38%. Prazos mais longos são favoráveis ao Tesouro, porque dão ao governo mais tempo para planejar e executar as operações de rolagem (renegociação) da dívida pública.
O vencimento de R$ 57,15 bilhões em papéis corrigidos por índices de preços prefixados fez a composição da DPF apresentar leve melhora em maio. A participação desses papéis na dívida interna caiu de 38,51% em abril para 36,40% no mês passado. A fatia dos títulos prefixados (com juros definidos antecipadamente), no entanto, subiu de 38,93% para 40,42%.
A fatia dos títulos vinculados a taxas flutuantes, como a Selic (taxa de juros básicos da economia), aumentou um pouco, de 22% para 22,56%. A parcela da dívida interna vinculada ao câmbio ficou praticamente estável, oscilando de 0,57% em abril para 0,62% em maio, ainda refletindo pouco a alta do dólar, que começou no fim do mês passado.
Esses números levam em conta as operações de swap pelo Banco Central, que equivalem a operações de compra ou venda de dólar no mercado futuro e têm impacto na dívida pública.
Com taxas definidas antecipadamente, os títulos prefixados são preferíveis para o Tesouro Nacional porque dão maior previsibilidade à administração da dívida pública. Em contrapartida, os papéis vinculados à Selic representam mais risco porque pressionam a dívida para cima, caso o Banco Central tenha de reajustar os juros básicos por causa da inflação.
Pelo segundo mês seguido, a participação dos estrangeiros na dívida interna caiu. A fatia da dívida mobiliária interna – em títulos – nas mãos de não residentes caiu para 14,38% (R$ 264,69 bilhões) em maio, contra 14,55% (R$ 269,44 bilhões) registrados no mês anterior. O recorde foi registrado em março, quando a participação atingiu 14,8% (R$ 273,32 bilhões).
Por meio da dívida pública, o governo pega emprestado dos investidores recursos para honrar compromissos. Em troca, compromete-se a devolver os recursos com alguma correção, que pode ser definida com antecedência, no caso dos títulos prefixados, ou seguir a variação da taxa Selic, da inflação ou do câmbio.
Edição: Fábio Massalli
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