Douglas Corrêa
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A população do Rio viveu uma situação de insegurança e medo após a manifestação que percorreu a Avenida Presidente Vargas, no centro da capital fluminense, de forma pacífica, nessa quinta-feira (20), ter fugido ao controle depois que um grupo de manifestantes tentou invadir o prédio da prefeitura carioca, na Cidade Nova, e, impedido, partiu para o confronto com a Polícia Militar (PM).
O prédio estava cercado por homens da Cavalaria da PM e do Batalhão de Choque. Para evitar atos de vandalismo, o edifício estava cercado por grades. Por medida de segurança, a Estação Cidade Nova do metrô, que dá acesso ao prédio da prefeitura, ficou fechada e cercada por tapumes.
Com a tentativa de invasão, a Tropa de Choque entrou em ação e houve confronto direto com os manifestantes. Para dispersar a multidão, os policiais lançaram bombas de gás lacrimogêneo. Os manifestantes começaram a recuar e, a partir daí, iniciaram o corre-corre e as depredações. Foram destruídos sinais de trânsito e postes de iluminação. Tapumes de madeira e caixas de coleta de lixo, sacos plásticos e outros materiais de fácil combustão foram utilizados em uma fogueira com objetivo de impedir o avanço da Tropa de Choque que disparou e balas de borracha.
No Terreirão do Samba, na Praça Onze, palco de shows de música popular durante o carnaval, foi alvo dos vândalos. As grades de proteção e as tendas de material inflamável foram arrancadas, tapumes de madeira jogados no meio da pista, e tudo serviu de combustível para a fogueira.
A situação parecia fugir do controle das pessoas que participaram pacificamente da passeata. O grupo ainda saiu destruindo portas de lojas comerciais, ateou fogo em um carro de reportagem do SBT e em uma cabine da Polícia Militar, localizada no calçadão da Estação Ferroviária Central do Brasil, onde fica a sede da Secretaria de Segurança Pública.
No Campo de Santana, os manifestantes deixaram mensagens e cartazes fixados na grade que cerca o local, transformando-a em um grande mural. Nem as mensagens de calma e paz escritas em cartolina foram suficientes para abrandar a fúria dos vândalos. O material foi totalmente destruído pelo fogo. O grupo, em seguida, foi para a Lapa, bairro boêmio da cidade e reduto de jovens, onde mais uma vez houve quebra-quebra, saques a lojas, obrigando os comerciantes a fechar seus estabelecimentos.
Perto dali, estudantes universitários se abrigaram em dois prédios da Faculdade Nacional de Direito, da Universidade Federal de Janeiro, na Praça da República, e no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, na Praça Tiradentes, depois de acuados pela Tropa de Choque da PM. Segundo a polícia, inicialmente, pensou-se que as pessoas estariam invadindo os dois prédios e, por isso, foi feito um cerco. Depois, foi esclarecido que eram estudantes procurando abrigo na universidade.
Pouco depois da 1h da madrugada de hoje (21), a UFRJ informou, em nota, que, depois, as pessoas abrigadas em duas de suas unidades localizadas no centro do Rio começaram a sair dos prédios, acompanhadas de comissões da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Edição: Aécio Amado//A matéria foi atualizada às 20h33 para acréscimo de informação da polícia sobre ação nos prédios da UFRJ
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