Peças do museu científico fundado por Oswaldo Cruz serão expostas na Fiocruz

06/06/2013 - 18h09

Akemi Nitahara
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Os 110 anos do museu fundado pelo médico sanitarista Oswaldo Cruz são lembrados na exposição Corpo, Saúde e Ciência: O Museu de Patologia do Instituto Oswaldo Cruz, que abriu hoje (6) no histórico Castelo Mourisco da instituição. Uma parceria entre o Museu de Patologia, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC), o Museu da Vida e a Casa de Oswaldo Cruz, todos unidades da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a exposição traz peças históricas de anatomia, documentos, desenhos e instrumentos médicos, além de um módulo com atividades interativas.

Os cerca de 100 itens expostos integram três coleções biológicas mantidas pela instituição: Seção de Anatomia Patológica, Coleção de Febre Amarela e Coleção do Departamento de Patologia do IOC-Fiocruz. Um dos curadores da exposição, o chefe do laboratório de patologia do IOC, Marcelo Pelajo, explica que o acervo é considerado emblemático. Entre as peças estão órgãos doentes que, atualmente, só são vistos em livros de medicina.

“Quando a gente fala da criação do museu, de Henrique da Rocha-Lima, Gaspar Vianna, Magarinos Torres e outros nomes que já não são tão conhecidos da população, é trazer esses exemplos. [A Fiocruz] é uma instituição muito rica de exemplos para a população do ponto de vista de produção da ciência e de conhecimento. Então é trazer também a história de profissionais que trabalharam para que a gente tivesse hoje esse acervo constituído que contribui não só para a medicina, mas para a população em geral”, diz Pelajo.

O historiador da Casa de Oswaldo Cruz, Pedro Paulo Soares, lembra que a exposição pretende aproximar um conteúdo “duro” ao cotidiano das pessoas, tentando popularizar a ciência como um produto de cultura e entretenimento.

“Aqui a gente tenta fazer essa aproximação, porque a própria anatomia dela se desenvolve intimamente ligada à arte. Eu acho que tem isso, a tentativa de popularizar a ciência, fazer com que a ciência possa ser entendida e apreciada pela sociedade de um modo geral como entretenimento, como cultura, como um bem que lhe é próprio. E entra aí também a ideia de patrimônio, nós temos uma história que não é só da Fiocruz, é do país”.

A tecnologista em saúde pública do IOC-Fiocruz, Bárbara Dias, diz que a mostra pretende aproximar o método científico do cotidiano das pessoas. “Outra coisa marcante é a criança trazer o pai para mostrar realmente o que está acontecendo com o pulmão por causa do cigarro. Então você vê o pai todo desconcertado e o filho dando uma bronca, 'olha seu pulmão está ficando daquele jeito, vai morrer e o seu pulmão vai ficar aqui'. Então é uma resposta da população que a gente, enquanto cientista dentro do laboratório, não imaginava. E a curiosidade deles é muito grande”.

A exposição Corpo, Saúde e Ciência: O Museu de Patologia do Instituto Oswaldo Cruz integra as atividades do Museu da Vida e pode ser vista até o dia 28 de setembro. Grupos escolares podem agendar a visita de terça-feira a sexta-feira, das 9h às 16h30. Aos sábados a visitação é livre, das 10h às 16. A entrada é gratuita. A Fiocruz fica no bairro de Manguinhos, na zona norte do Rio.

O acervo também está disponível no site http://museudapatologia.ioc.fiocruz.br/.

Edição: Fábio Massalli

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