Daniel Lima e Kelly Oliveira
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje (29) que o governo não permitirá a elevação das tarifas de energia elétrica. Ontem (28), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), recusou-se a ler as medidas provisórias 601 e 605 aprovadas pela Câmara. A segunda trata da redução das tarifas de energia elétrica. A MP, com isso, perderá o prazo de validade.
Ontem, a chefe da Casa Civil da Presidência da República, ministra Gleisi Hoffmann, já tinha lamentado a decisão dos parlamentares, mas disse que o governo garantiria a entrada em vigor das políticas previstas nas MPs, mesmo que elas não sejam votadas.
“É uma pena, mas não haverá o aumento de energia porque usaremos outros instrumentos, apesar de o Senado não ter aprovado a MP 605 e a 601. Teremos que ver como faremos”, disse. Sobre a MP 601, que desonera a folha de pagamento, Mantega destacou que a decisão do Senado só traz prejuízos para o setor produtivo.
“Deveremos colocar como emenda em outras medidas provisórias que estão em tramitação no Congresso Nacional o que não for aprovado. Vai atrasar um pouco, mas acredito que os parlamentares não irão deixar de aprovar um[a] [redução de] custo de tributo para a indústria brasileira”, informou.
Sobre a elevação no valor do dólar, Mantega disse que a decisão do Federal Reserve (Fed -Banco Central dos Estados Unidos) de sinalizar que poderá elevar as taxas de juros provocou a alteração na cotação da moeda norte-americana no Brasil. “Isso fez com que as taxas de juros, relativas ao dólar, se elevassem no longo prazo e [provocou uma situação em que] a maioria das moedas está se desvalorizando”, enfatizou.
Para Mantega, no entanto, isso não é um preocupação para o Brasil: com a desvalorização do real, o país fica mais competitivo ao vender seus produtos para o exterior. O ministro deixou claro que não há qualquer intervenção do governo visando à desvalorização do dólar.
“Está havendo uma flutuação do câmbio, com menor intervenção possível do governo. Então, é o mercado que está agindo neste sentido, isso é positivo porque favorece as exportações brasileiras”.
Edição: José Romildo
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