Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Dados do Boletim de Carga Mensal divulgados hoje (8) pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) mostram que o aumento de 10,5% do consumo de energia no Nordeste de abril do ano passado até abril deste ano, pode ser explicado pelo desempenho econômico da região e pelas condições climáticas.
“O aumento da carga demandada pelas classes residencial e comercial em virtude de altas temperaturas, o tempo seco que persistiu sobre as áreas litorâneas e a incorporação de eletrodomésticos às residências, reflexo do incremento da renda e do avanço do emprego, explicam o crescimento do consumo", revela o boletim.
Na comparação com março, no entanto, o patamar se manteve. Nos 12 meses fechados em abril (taxa anualizada), o crescimento também foi expressivo: 8,3%. No Subsistema Sul, a carga demandada se manteve estável em relação a março, mas cresceu 8,3% no acumulado dos últimos doze meses e 7% na comparação com abril do ano passado.
O crescimento estável da carga no Subsistema Sul refletiu, dentre outros fatores, a continuidade do desempenho das atividades econômicas da região influenciado pelos resultados da agroindústria. “Além disso, contribuiu o maior número de dias úteis e a ocorrência de baixas temperaturas ao longo do mês, que pode ter provocando aumento da carga de aquecimento, uma vez que foram incorporados às residências muitos aparelhos de ar-condicionado reversíveis”, informou o ONS.
Refletindo a influência do comportamento da indústria, no Subsistema Sudeste/Centro-Oeste, que responde por mais de 60% da demanda energética do país, o consumo de energia elétrica caiu 1,1%, na comparação abril 2012/abril 2013; passando a -4,2% em relação ao consumo do mês imediatamente anterior. Na taxa anualizada (últimos 12 meses), o consumo cresceu 2,6%.
Em relação ainda ao Subsistema Sudeste/Centro-Oeste, o ONS ressaltou os dados da Fundação Getulio Vargas que indicam que a Utilização da Capacidade Instalada se manteve em abril praticamente no mesmo patamar do mês anterior (84,1% contra 84,2%), mantendo-se apenas um pouco acima da média histórica dos últimos cinco anos: 83,5%.
“A variação da carga em relação ao mesmo mês do ano anterior pode ser explicada principalmente pelo comportamento da indústria, que apesar de ter apresentado um ligeiro avanço na Utilização da Capacidade Instalada em relação ao mês anterior, segundo os resultados da Sondagem da Indústria de Transformação divulgados pela FGV, continua não apresentando uma dinâmica de recuperação bem definida”.
No Subsistema Norte os valores preliminares de carga de energia verificados em abril cresceram 1,4% em relação aos valores do mesmo mês do ano anterior. Com relação a março, o aumento foi de 0,5%. No acumulado dos 12 meses fechados em abril, o Norte apresentou queda de 0,3% em relação ao mesmo período anterior.
Neste caso, “o comportamento da carga de energia deste subsistema reflete principalmente o desempenho da produção dos grandes consumidores eletrointensivos conectados à Rede Básica, que detêm uma participação de cerca de 50% da carga desse subsistema, sendo que 2/3 pertencem ao setor metalúrgico e são voltados, basicamente, para o mercado externo de commodities”.
Segundo o ONS, a demanda por energia elétrica no Sistema Interligado Nacional (SIN) cresceu em abril 2,1%, comparativamente ao mesmo mês do ano passado, mas recuou 2,5% quando a comparação é feita em relação ao mês de março deste ano. No acumulado dos últimos 12 meses (a taxa anualizada) a demanda por energia elétrica cresceu 3,5%. Foram demandados ao sistema em abril 61.977 megawatts/médios (MW/médios).
Edição: Tereza Barbosa
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