Da Agência Brasil
Brasília –Conscientizar o motorista sobre a necessidade de respeitar o pedestre é o foco da campanha que o Ministério das Cidades promove hoje (8) na plataforma superior da Rodoviária do Plano Piloto, no centro da capital. Além da distribuição de panfletos com regras de boa convivência no trânsito, um grupo de teatro faz encenações com a participação de pedestres que passam pelo local.
Durante a encenação, o pedestre recebe uma coroa, um manto e um cetro para atravessar a faixa. A intenção é mostrar que o pedestre deve ser tratado como rei na sua faixa. A cada travessia, os motoristas são alertados com o toque de uma trombeta para parar. O vídeo da cena será postado nas redes sociais para maior de divulgação e adesão à campanha. Esse trabalho também será feito em alguns pontos e escolas de Taguatinga e Ceilândia, regiões administrativas de Brasília.
A ação educativa de trânsito faz parte da 2ª Semana de Segurança Viária Global, instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), que começou no dia 6 e vai até o dia 13 de maio em todo o mundo. Os atores também aproveitam para divulgar os dois anos do lançamento do Pacto Nacional pela Redução de Acidentes de Trânsito (Parada), que será no próximo dia 11 de maio.
Para a coordenadora de Educação no Trânsito do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), Cristina Hoffmann, o motorista precisa ter os olhos voltados para a segurança do pedestre. “O pedestre é o ser mais frágil do trânsito e precisa de mais cuidados e atenção”.
Cristina destacou que o dever de respeitar a faixa não é apenas do condutor, mas também do pedestre. “Mesmo que exista a sinalização, o pedestre precisa se localizar bem antes de atravessar e sinalizar com a mão para que o motorista possa vê-lo. É preciso o comprometimento de toda a população”, concluiu.
Pedro Santos Oliveira, de 43 anos, é cadeirante e participou de uma das encenações. Para ele a campanha serve para dar mais visibilidade às dificuldades enfrentadas por pessoas com deficiência. “É muito bom para incentivar o acesso ao cadeirante. Aqui ainda existem muitos lugares sem acessibilidade e nós precisamos de ajuda”.
Segundo o coordenador de Educação do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF), Marcelo Granja, em 1997, quando o trabalho de conscientização sobre o uso da faixa de pedestres ganhou consistência, havia 300 faixas no DF. “As pessoas questionavam “por que existem as faixas e ninguém usa?” Hoje são cerca de 5 mil em todo o DF.
Marcelo disse que, de setembro de 2012 a maio deste ano houve apenas um morte em faixa de pedestre, um bom motivo para comemorar. “Essa educação [foi muito bem incorporada] na nossa capital. Levanta o ego do brasiliense o exemplo de respeito à faixa”.
A dentista Alexandra Scherere, de 42 anos, é motorista e também colaborou com os atores. Ela considerou de extrema importância a conscientização que aumenta o respeito à vida. “Como motorista eu me preocupo em respeitar o pedestre, afinal é uma vida que está passando.”
Edição: Tereza Barbosa
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