Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, prepara para a próxima semana uma viagem à Bolívia. Cardozo e o presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, Nelson Pellegrino (PT-BA), querem negociar a prisão domiciliar para os 12 brasileiros detidos em Oruro (Bolívia), sob a acusação de participação na morte do estudante boliviano Kevin Espada, de 14 anos. Os torcedores corinthianos estão detidos há quase três meses.
Segundo a comissão, a Embaixada do Brasil na Bolívia alugou uma casa em Oruro para que os torcedores possam permanecer em prisão domiciliar, enquanto aguardam o indiciamento formal. Na Câmara, foi criado um grupo de trabalho para acompanhar a situação dos brasileiros.
Os torcedores foram presos após a morte do estudante durante o jogo entre o Corinthians e o San José (time boliviano), na Bolívia, na disputa pela Taça Libertadores. Espada morreu ao ser atingido por um sinalizador. Para os policiais bolivianos, o sinalizador foi disparado da área na qual estavam os torcedores brasileiros. Eles negam responsabilidade.
O grupo de trabalho formado por parlamentares se reuniu ontem com representantes dos ministérios das Relações Exteriores, da Justiça, da Secretaria Nacional de Direitos Humanos e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O deputado Vítor Paulo (PRB-RJ), coordenador do grupo, disse que as investigações avançam e que a promotoria ouviu um adolescente brasileiro, que não está entre os torcedores presos, que assumiu a autoria do disparo do sinalizador.
Para Pellegrino, os próximos 15 dias serão decisivos. Segundo ele, o governo brasileiro tem se esforçado para indicar que é ilegal a prisão dos 12 torcedores, pois cinco deles estavam do lado de fora do estádio quando houve o disparo.
Edição: Graça Adjuto
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