Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A presidenta Dilma Rousseff viaja hoje (25) para Buenos Aires (Argentina), para reuniões com a presidenta argentina, Cristina Kirchner. A previsão é que ela deixe o país às 23h15.
Estarão em discussão questões econômicas e impasses comerciais, como a possibilidade de venda da unidade da Petrobras no país e investimentos paralisados da Vale. É o primeiro encontro de Dilma e Cristina após a eleição do presidente do Paraguai, Horacio Cartes. O Paraguai está suspenso do Mercosul e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) há dez meses.
As reuniões das presidentas estavam marcadas para o começo de março, mas foram adiadas devido à morte do presidente da Venezuela, Hugo Chávez (em 5 de março). Dilma e Cristina devem discutir as exportações de produtos brasileiros, prejudicados por novas medidas cambiais argentinas. As novas regras atingem vários setores, especialmente o agrícola, com a suspensão de licenças automáticas e a criação de cotas de importação, e o automotivo.
“Nós teremos uma pauta bastante ampla com a Argentina. Nós temos que discutir todas as relações: comerciais, os investimentos, toda a interação entre a economia brasileira e a economia argentina. Nós iremos discutir todos os assuntos”, comentou Dilma na última terça-feira (23).
Determinada a investir na Argentina, a Vale suspendeu as ações no país relativas à extração de potássio, na regiãode Mendoza. A empresa alega que o projeto foi suspenso porque o custo passou de US$ 6 bilhões, orçado em 2009, para US$ 12 bilhões. Com a suspensão, o governo argentino passou a exigir que a mineradora e as empresas contratadas continuem pagando os salários dos funcionários dispensados.
No último dia 20, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse à Agência Brasil que a diplomacia busca encaminhar os assuntos que envolvem interesses dos dois países, mas algumas decisões são tomadas a partir de considerações do setor privado.
“A suspensão das atividades da Vale foi decidida pelo conselho da empresa. Há situações em que as decisões são tomadas pelos atores privados. É o caso. Em relação à Argentina, podem surgir situações, comerciais e de investimentos, mas é um país que é parceiro estratégico. Nosso futuro está indissociável e juntos chegaremos mais longe do que separados. Não há o chamado plano B, como dizem alguns empresários. Mas isso não significa que não tenhamos de trabalhar na busca da superação das dificuldades”, ressaltou Patriota.
*Colaborou Danilo Macedo
Edição: Graça Adjuto