Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse hoje (15) que o Brasil intensifica os contatos com o Haiti e os países vizinhos – Equador, Peru e Bolívia – em busca de alternativas para garantir a preservação dos direitos humanos dos imigrantes haitianos e impedir a ação dos coiotes (agenciadores de imigrantes ilegais). Uma das medidas em avaliação é aumentar o monitoramento nas áreas de fronteira.
Patriota informou que o diretor do Departamento de Imigração do Ministério das Relações Exteriores, Rodrigo Amaral, viaja hoje para o Acre para avaliar a situação de perto.“Temos até a possibilidade de conversar sobre um maior monitoramento das fronteiras. Mas [eventuais mudanças de política de fronteiras] já não são responsabilidade do Itamaraty", disse o ministro. Ele explicou que o Itamaraty trabalha sobre questões consulares e se solidariza com a situação do estado do Acre.
O assunto é tema de uma reunião comandada pelo secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, Eduardo dos Santos, com os embaixadores do Haiti, Equador e Peru e representantes do Acre. O chanceler reiterou que há preocupação com a vulnerabilidade dos imigrantes, que vivem sob ameaças e assédio dos chamados coiotes. “A ação diplomática nossa, aí, sim, responsabilidade do Itamaraty, é trabalhar com a vizinhança, trabalhar com o governo haitiano para minimizar ou idealmente excluir a hipótese dessa imigração associada à atividade ilícita e criminal.”
Patriota acrescentou que o ministério está mobilizado para trabalhar em parceria com as outras áreas do governo que estão lidando com essa situação emergencial no Acre e na fronteira do Brasil também mais ao Norte.
Uma das propostas em pauta na reunião de hoje entre os embaixadores é a adoção de medidas negociadas entre o Peru, a Bolívia e o Equador para solucionar a questão da entrada de haitiananos em território acriano.
Na semana passada, autoridades acrianas apelaram ao Itamaraty para negociar um acordo com os vizinhos sobre o ingresso de haitianos na região. Para as autoridades, o livre acesso em algumas fronteiras incentiva a ausência de controle no que se refere à chegada de haitianos ao Brasil, principalmente no Acre, nas cidades de Brasileia e Epitaciolândia.
Edição: Nádia Franco
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