Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Uma forma fácil e barata de tratar água para as pessoas residentes em localidades onde não há água potável. Esse é o projeto do grupo do estudante Walter Correia, que veio de Bom Jesus do Itabapoana, no interior do Rio de Janeiro, para mostrar como transformar água suja em um líquido que pode ser bebido. Usando materiais simples e baratos e uma semente vinda do Norte da Índia com capacidade coagulante, o grupo encontrou um jeito de separar a sujeira e depois expôs a água aos raios ultravioletas para retirar as bactérias.
“No nosso sistema de tratamento, nós exploramos a radiação do sol que consegue atravessar a parede da bactéria e, assim, matá-la. Com cerca de cinco horas de exposição ao sol, conseguimos uma água livre de qualquer tipo de micro-organismos e própria para o consumo. É aconselhável que o tratamento seja feito diariamente, porque não utilizamos cloro. Com o protótipo tratamos 4 litros de água gastando R$ 3”, explicou.
A criação está exposta na 11ª Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), uma feira de ciências destinada a alunos de 13 a 20 anos de todo o Brasil, que reúne finalistas que participaram e venceram feiras regionais com projetos reais, que geram novos conhecimentos, reinventam conceitos ou estão desenvolvendo soluções tecnológicas com componentes de inovação. A 11ª Febrace termina amanhã (14).
“O principal objetivo não é nem tanto ter invenções, mas despertar o potencial de criação de observação de problemas de verdade, de pensar alternativas. Por isso é tão importante que comece cedo”, disse a coordenadora-geral da Febrace, Roseli de Deus Lopes.
São cerca de 700 alunos, com 300 projetos e 300 professores orientadores de 26 estados. Os trabalhos são analisados por avaliadores, normalmente professores das principais universidades de engenharia do país, além de representantes de empresas e sociedades científicas. A premiação inclui bolsas de Iniciação Científica Júnior do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), além de serem selecionados para participar de feiras internacionais.
Vindo de Brasília, Daniel Back da Trindade e mais dois estudantes, trouxeram a São Paulo uma cadeira de rodas feita em PVC (policloreto de polivinila). Ele disse que, depois de muitos testes, o grupo encontrou um desenho que proporciona mais conforto do que as cadeiras convencionais. “Nossa cadeira atende a todos e permite que qualquer pessoa consiga movimentá-la. Ainda pretendemos automatizar a cadeira, que poderá ser controlada por joystics ou aplicativo Android. A cadeira é destinada a pessoas que não têm condições de comprar uma convencional. Ela é um pouco mais cara do que as do mercado, mas a durabilidade é muito maior”.
Edição: Fábio Massalli
Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir as matérias é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil.