Vencimento de títulos prefixados faz composição da dívida pública piorar em janeiro

25/02/2013 - 15h37

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O elevado volume de vencimentos de papéis prefixados – com taxa de juros definida no momento da emissão – fez a composição da Dívida Pública Federal (DPF) piorar em janeiro, depois de ter atingido o melhor nível da história em dezembro. Segundo números divulgados há pouco pelo Tesouro Nacional, a participação desses papéis na dívida interna caiu de 41,18% no fim de 2012 para 37,70% no mês passado.

A fatia dos títulos vinculados a taxas flutuantes, como a Selic (taxa de juros básicos da economia), aumentou um pouco, de 22,55% para 23,82%. A participação dos títulos corrigidos pela inflação, no entanto, registrou a maior alta, passando de 35,48% para 37,70%, no maior nível desde o início da série histórica, em 1997.

A parcela da dívida interna vinculada ao câmbio ficou praticamente estável, oscilando de 0,79% em dezembro para 0,78% em janeiro. Esses números levam em conta as operações de swap pelo Banco Central, que equivalem a operações de compra ou venda de dólar no mercado futuro e têm impacto na dívida pública.

 

Com taxas definidas antecipadamento, os títulos prefixados são preferíveis para o Tesouro Nacional porque dão maior previsibilidade à administração da dívida pública. Em contrapartida, os papéis vinculados à Selic representam mais risco porque pressionam a dívida para cima, caso o Banco Central tenha de reajustar os juros básicos por causa da inflação.

De acordo com o Tesouro Nacional, vencimentos expressivos de títulos prefixados são típicos do primeiro mês de cada trimestre (janeiro, abril, julho e outubro). Nesses meses, a composição da dívida pública costuma piorar. No entanto, segundo o órgão, a tendência é que a participação de prefixados volte a subir e a fatia da dívida interna corrigida pela Selic caia nos próximos meses.

O prazo médio da DPF subiu de 3,97 anos, em dezembro, para 4,16 anos, em janeiro. O Tesouro Nacional não divulga o resultado em meses, apenas em anos. A participação dos vencimentos nos próximos 12 meses, no entanto, subiu de 24,38% para 25,24%. Prazos mais longos são favoráveis ao Tesouro porque dão ao governo mais tempo para planejar e executar as operações de rolagem (renegociação) da dívida pública.

Depois de cair em dezembro, a participação dos estrangeiros na dívida interna bateu recorde no mês passado. A fatia da dívida mobiliária interna – em títulos – nas mãos de não residentes subiu para 14,41% (R$ 264,85 bilhões) em janeiro, contra 13,72% (R$ 263 bilhões) registrados no mês anterior.

Por meio da dívida pública, o governo pega emprestado recursos dos investidores para honrar compromissos. Em troca, compromete-se a devolver os recursos com alguma correção, que pode ser definida com antecedência, no caso dos títulos prefixados, ou seguir a variação da taxa Selic, da inflação ou do câmbio.

 

Edição: Carolina Pimentel

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