Carolina Sarres
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Foram gerados 28,9 mil postos de emprego com carteira assinada no primeiro mês de 2013, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados hoje (22) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O número resulta da diferença entre 1.794.272 admissões e 1.765.372 demissões, e foi o saldo mais baixo para o mês desde 2009, ano da crise financeira internacional.
Em janeiro de 2009, foram fechadas 101,7 mil vagas; no mesmo mês de 2010, foram abertas 181,4 mil; e em 2011, abertura de 152 mil postos de trabalho. Em igual mês de 2012, foram criados 118,8 mil postos - cerca de quatro vezes mais em comparação a janeiro deste ano. A média para a criação de vagas no período, desde 2003, é 93,7 mil.
O saldo de janeiro foi influenciado pelo mau desempenho do comércio, que fechou cerca de 67,4 mil postos - o menor resultado desde o início da série histórica, em 1992. A indústria, em contraponto, criou mais de 43,3 mil vagas, o que contribuiu para o balanço do mês ser positivo. O resultado da indústria foi o quarto mais alto desde o começo da série.
"Um dos fatores que determinam o desempenho de uma economia é o mercado de trabalho, mas ainda é cedo. Tivemos um resultado fraco, apesar de positivo. Acredito que as medidas que o governo tomou ainda vão mostrar seus efeitos no primeiro semestre de 2013", explicou o diretor do Departamento de Políticas Públicas de Emprego do MTE, Rodolfo Torelly.
Segundo ele, o crescimento na indústria pode ser um bom indicativo para os próximos meses. "Quando a indústria vai bem, isso se reverbera por outros setores", disse Torelly.
De acordo com o MTE, o resultado de janeiro confirma as expectativas de que o mercado de trabalho está perdendo dinamismo. O balanço da criação de empregos em 2012 foi o pior dos últimos três anos, o que também foi observado pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os setores com melhor desempenho, no mês passado, foram a indústria de transformação, a construção civil, os serviços industriais e a administração pública. Os negativos foram o comércio, especialmente o varejista, e a agricultura.
Regionalmente, o desempenho das regiões Sul e Centro-Oeste foram positivas, com destaque para Santa Catarina (criação de 18,9 mil vagas) e o Rio Grande do Sul (18,7 mil). No Nordeste, no Norte e no Sudeste, por outro lado, o saldo foi negativo. Os piores desempenhos foram no Rio de Janeiro (fechamento de 24,6 mil vagas), em Pernambuco (11,5 mil) e no Ceará (4,7 mil).
Edição: Carolina Pimentel
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