Carolina Gonçalves*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Centenas de manifestantes mantiveram os protestos nas cidades egípcias de Port Said, Ismailia e Suez, desafiando o toque de recolher instituído pelo presidente Mouhamed Mursi. O governo do Egito decretou, na manhã de ontem (28), estado de emergência nas três províncias que registraram os atos de violência mais graves desde as últimas eleições que colocaram Mursi no poder. A medida estabelece o toque de recolher entre as 21h e as 6h, mas, de acordo com agências públicas de notícias, os protestos não foram suspensos.
Os apelos feitos por Mursi para que as forças políticas do país dialoguem em busca de uma solução para a situação de violência continuam sem surtir efeitos.
No início da noite de ontem (28), a organização não governamental Anistia Internacional condenou a atuação da polícia nas recentes manifestações no Egito. De acordo com representantes da organização, relatos de testemunhas apontam que existem sinais "perturbadores" de uso de "força excessiva" da polícia, mesmo em casos em que a “força não era necessária” para proteger vidas.
Novos confrontos foram registrados hoje (29) no Cairo e em outras cidades. De acordo com agências oficiais, dezenas de militantes da oposição voltaram a enfrentar a polícia em uma ponte de acesso à praça Tahrir que está bloqueada desde o domingo (27). O local se tornou símbolo da revolução que levou à queda do regime do então presidente Hosni Mubarak, que governou o país por quase 30 anos.
Os protestos contra o presidente Mursi completaram cinco dias. As manifestações foram intensificadas no sábado (26), quando a Justiça egípcia condenou 21 pessoas à morte. Elas foram acusadas de provocar confrontos durante um jogo de futebol em fevereiro de 2012, que deixou 71 mortos.
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* Com informações das agências públicas de notícia de Portugal, Lusa, e da BBC Brasil // Edição: Juliana Andrade