Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O ex-prefeito de Unaí Antério Mânica responderá na Justiça de primeira instância pelo assassinato de quatro funcionários do Ministério do Trabalho, em 2004, episódio que ficou conhecido como Chacina de Unaí. Ele era o único dos acusados processado no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), por ter foro privilegiado.
Na decisão publicada hoje (28), o desembargador do TRF1 Hilton Queiroz determina que o réu seja julgado pela Justiça Federal em Minas Gerais. A Chacina de Unaí completou nove anos hoje, e foi lembrada em reunião da Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo, em Belo Horizonte.
Na última semana, a juíza substituta da 9ª Vara da Justiça Federal em Belo Horizonte, Raquel Vasconcelos Alves de Lima, declarou que não poderia analisar o processo, determinando que os acusados sejam julgados pela Vara Federal de Unaí, criada em 2010. A decisão frustrou integrantes do Ministério Público, do Ministério do Trabalho e representantes de instituições ligadas aos direitos humanos, pois a medida deve atrasar ainda mais o desfecho do caso.
Além de Antério Mânica, são réus no processo seu irmão, o fazendeiro Norberto Mânica, os empresários Hugo Alves Pimenta, José Alberto de Castro e Francisco Elder Pinheiro. Erinaldo de Vasconcelos Silva e Rogério Alan Rocha Rios são apontados como autores do crime. Outros denunciados são Willian Gomes de Miranda, suposto motorista da dupla de assassinos, e Humberto Ribeiro dos Santos, acusado de ajudar a apagar os registros da passagem dos pistoleiros pela cidade.
Edição: Beto Coura//Matéria atualizada às 21h13 para acréscimo de informações.
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