Mariana Tokarnia
Enviada Especial
Olinda (PE) – No último dia da 8ª Bienal de Arte e Cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE) os debates dão espaço ao frevo e os adultos dão licença: agora é a vez das crianças. Confete pelo chão ou emaranhado nos cabelos, correria, palmas. É a primeira edição da Bienalzinha, criada para levar um pouco dos ritmos regionais, de tudo que os estudantes viram durante os quatro dias anteriores para os pequenos.
Quem anima a festa é o grupo olindense Cordelândia, criado a seis meses para unir música e literatura de cordel, poesia infantil e ritmos regionais. São músicas conhecidas pela criançada como O Sapo Não Lava o Pé com levadas de frevo, além de músicas autorais. “O grupo surgiu para que as crianças desde pequenas tenham acesso a essa parcela da cultura, para que desde que criança elas conheçam e brinquem com todos esses ritmos”, explica a produtora do Cordelândia, Viviane Oliveira.
E toda a brincadeira funciona. Quando perguntados por Suzana Moraes, a vocalista do grupo se gostavam de forró, todas pularam e levantaram os braços. O alvoroço foi maior ainda quando perguntadas se gostavam de estudar. “É uma iniciativa muito legal que tem que ser incorporada a todas as bienais. As crianças têm acesso a música de qualidade e vão gostando. A Isadora não pára de pular”, diz a integrante da UNE, Carina Bismarck.
Isadora tem 4 anos e é considerada a filha da Bienal. Foi no mesmo evento, em 2003, também em Recife que Carina conheceu Ernesto Valença. Alguns anos depois, veio Isadora. Eles fazem questão de que ela tenha acesso à cultura e ao movimento estudantil.
Além dos “filhos da Bienal”, filhos de Olinda e Recife também aproveitaram a apresentação. Cláudia Lemos, mãe de Maria Eduarda, de 3 anos, veio a caráter, ela fantasiada de Mulher Maravilha e Maria, de Colombina. “Adoro carnaval porque integra adulto e criança com a cultura nordestina. Só ando com a minha filha a caráter para ela ir entrando no clima. Ela adora carnaval, samba, pandeiro e tem que ser assim, tem que conhecer a região dela”.
“Vemos mulheres e homens cada vez mais trazendo seus filhos para Bienal. Então para nós é uma forma de incluir essa mulher que está na universidade que quer trazer seu filho para que desde cedo formemos um público que conheça a cultura popular brasileira”, disse a diretora de Cultura da UNE, Maria das Neves. “A criançada que cresce ouvindo Luiz Gonzaga, com certeza vai crescer com uma sensibilidade cultural muito mais forte e vai entender os elementos que nos formam como nação”.
A 8ª Bienal de Arte e Cultura da UNE é considerada o maior evento estudantil da América Latina. As atividades terminam nesse sábado (26) e incluem mostras de teatro, música e cinema, seminários de esportes, além de apresentações de trabalhos acadêmicos e de extensão. O tema desta edição é A Volta da Asa Branca, Uma Homenagem ao Sanfoneiro Luiz Gonzaga, cujo centenário foi comemorado em 2012. As atividades são gratuitas e abertas à comunidade. A programação completa pode ser consultada no site da bienal.
Edição: Fábio Massalli
Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir as matérias é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil.
Em eventos da UNE, universitários debatem como alavancar a cultura no país
UNE vai ajudar governo a inscrever voluntários para a Copa das Confederações
UNE terá apoio do MinC para tornar forró Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade
Estudantes apresentam projetos de extensão na Bienal da UNE
UNE pede que forró seja Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade