Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O presidente do Chile, Sebastián Piñera, determinou ontem (6) à noite a execução da Lei Antiterrorismo na região de Araucanía, no Norte do país, onde há conflitos entre fazendeiros e índios Mapuche. A decisão foi tomada durante reunião de Piñera com seus ministros. O presidente descartou a aplicação da Lei de Emergência na área. Nos últimos quatro dias foram registrados seis ataques incendiários a residências, veículos e maquinário agrícola no Sul do Chile.
Na manhã de hoje (7), Piñera marcou nova reunião com os ministros e os líderes dos principais partidos políticos para discutir o agravamento da situação em Araucanía. Há ainda expectativa de que o presidente anuncie as nomeações da área de inteligência e das Forças Armadas para participarem das operações na região.
A etnia Mapuche representa cerca de 5% da população indígena do Chile e é considerada articulada politicamente. Os confrontos em Araucanía já provocaram duas mortes e vários incidentes considerados criminosos por envolver incêndios suspeitos. Ainda está em análise a possibilidade de decretar estado de emergência na região.
O ministro do Interior e Segurança Pública, Andrew Chadwick, disse que o governo está determinado a localizar os responsáveis pelos incêndios criminosos."Vamos usar todos os instrumentos jurídicos que o governo tem para lidar com atos terroristas”, disse. Ele admitiu que “não há muito o que fazer no momento”.
Paralelamente, Piñera nomeou o chefe dos Carabineiros (Polícia Militar Urbana), Carlos Carrasco, como comandante das operações em Araucanía. "Ele assume com a responsabilidade pela ação de enfrentamento e combate aos grupos em todas as áreas onde há suspeitas de atos terroristas", disse Chadwick.
*Com informações da BBC Brasil e da emissora estatal de televisão do Chile, TVN.
Edição: Graça Adjuto