Akemi Nitahara
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Enquanto 21,2% dos moradores da área rural gastam até cinco minutos no deslocamento para o trabalho, na área urbana esse percentual é 12,1%. Os dados estão na publicação Censo Demográfico 2010: Resultado da Amostra – Educação e deslocamento, divulgada hoje (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi a primeira vez que o estudo abordou o tempo de deslocamento.
Em números, dos 55,1 milhões moradores de cidades que trabalhavam fora de casa em 2010, 6,6 milhões passavam até cinco minutos no trânsito, 28,5 milhões gastavam de seis a 30 minutos no deslocamento e 1 milhão de pessoas passavam mais de duas horas. Já na área rural, dos 6,4 milhões de trabalhadores, 1,3 milhão de pessoas levavam até cinco minutos no trajeto, 3,5 milhões gastavam de seis a 30 minutos e 78,9 mil demoravam mais de duas horas para chegar ao trabalho.
De acordo com o pesquisador do IBGE Cláudio Stenner, não existe um padrão mundial de tempo ideal de deslocamento entre a casa e o trabalho. Mas, para ele, esse tempo influencia diretamente na qualidade de vida e também do trabalho das pessoas.
“Não existe uma média ideal, mas o que a gente pode dizer com certeza é que tempos exagerados no deslocamento para o trabalho têm um impacto direto na qualidade de vida, que é bem evidente à medida que o tempo livre da pessoa se reduz brutalmente”, destacou. “Por outro lado, tem um impacto também na produtividade econômica, porque a pessoa vai chegar mais cansada ao trabalho, vai chegar com uma condição física e psicológica pior e, evidentemente, isso vai se refletir na produtividade que ela vai ter no trabalho, então é uma questão social e econômica”, acrescentou.
A análise do IBGE não incluiu o meio de transporte usado no deslocamento até o local de trabalho.
Edição: Juliana Andrade // A matéria foi atualizada às 14h14 para correção de dados divulgados pelo IBGE. O percentual de moradores de áreas rurais que gastam até cinco minutos no deslocamento entre a casa e o local de trabalho é 21,2% e não 27,9%, como o instituto havia informado. No caso das áreas urbanas, o percentual correto é 12,1% e não 14,8%