Carolina Sarres
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A indústria foi a atividade em que houve a maior queda na geração de postos de trabalho na maioria dos países da América Latina e do Caribe nos primeiros nove meses de 2012, em comparação ao mesmo período de 2011. O comércio, por outro lado, teve aumento na criação de empregos, tendo peso crescente na estrutura ocupacional da região. Os dados são do relatório Panorama Laboral 2012 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), divulgado hoje (18).
No Brasil e Peru, as taxas de crescimento positivas do emprego na indústria em 2011 (2,1% e 1,9%, respectivamente) passaram a ser negativas em 2012 (-0,5% e -1,2%, respectivamente). No Equador, apesar de a tendência negativa no setor ter sido revertida - de -4,5%, em 2011, para 0,7%, em 2012 - a taxa de crescimento foi considerada moderada, assim como na Venezuela, cujo índice de crescimento de postos de trabalho na indústria passou de 0,6% para 1,4%.
No comércio, em contrapartida, houve aumento de postos de trabalho considerado expressivo entre o ano passado e este ano na maioria dos países estudados pela OIT. As exceções foram a Argentina e o Chile, nos quais as vagas no setor encolheram 2,3% e 4,3%, respectivamente. No Brasil, o comércio aumentou 1,6% a demanda por trabalhadores em 2012. O Equador foi o país em que o crescimento foi mais intenso, alcançando 10,4%, seguido pelo Panamá, com 6,4%, e pela Colômbia, 5,5%.
Segundo o Panorama Laboral da OIT, o aumento dos postos no comércio ocorre de forma consistente com a crescente incidência desse setor na estrutura ocupacional dos países da região no longo prazo. De um modo geral, a maior quantidade de oportunidades no comércio reflete o estímulo à demanda interna e uma alternativa à limitada geração de empregos em outros setores – o que é o caso da indústria, devido à mecanização proporcionada pela tecnologia cada vez mais avançada.
Em outras áreas de atividade, como a construção civil, a agricultura, a pecuária e a pesca, o perfil do crescimento do emprego foi mais heterogêneo, segundo o Panorama Laboral. No Brasil, na Argentina e Colômbia, por exemplo, a construção civil foi dinâmica. No Peru e Chile, por outro lado, os índices de crescimento foram menos expressivos no setor. Na agricultura, na pecuária e na pesca, houve retração na Argentina, no Chile e na Venezuela. Na Colômbia, no México e Panamá, crescimento.
Edição: Davi Oliveira
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