Trabalhadores do setor aéreo decidem nesta quinta-feira se irão parar

12/12/2012 - 17h52

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Terminou sem acordo a reunião entre os trabalhadores e as empresas do setor aéreo na tarde de hoje (12) sobre reajuste salarial da categoria. A proposta oferecida aos empregados será avaliada amanhã (13) em assembleias marcadas para as 13h em vários estados. Mas o presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac), Celso Klafke, adiantou que, se não houver melhora nos termos oferecidos, a tendência é que haja paralisação de advertência amanhã.

“Nós insistimos em ter algum tipo de ganho real [acima da inflação]. O tempo que podemos dar para o sindicato patronal é até amanhã. Não houve qualquer avanço na proposta. Eles querem dar o INPC [Índice Nacional de Preços ao Consumidor] para quem ganha o menor piso, 4,5% para os trabalhadores que recebem até R$ 3 mil, 3% até R$ 5 mil e, acima disso, 1,5%. Se esta proposta for mantida, a decisão dos trabalhadores é desencadear uma greve no setor, a partir das assembleias de amanhã à tarde”, avisou Klafke, na saída da reunião, ocorrida na sede do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea).

Klafke não soube precisar quais aeroportos seriam mais afetados se a paralisação for decretada, mas explicou que o sistema aéreo brasileiro trabalha em rede – e o que acontece em um aeroporto reflete nos demais. Nesse caso, poderão ocorrer atrasos e até cancelamentos de voos.

O representante do Snea, Odilon Junqueira, disse que há possibilidade das empresas revisarem a proposta até amanhã. Segundo ele, os trabalhadores propuseram 7% de reajuste geral, o que será examinado pelas companhias aéreas, que enviaram representantes para a reunião.

“As empresas farão o que é possível até amanhã. Os sindicatos dos aeronautas e aeroviários deixaram [proposta de] um reajuste de 7% para todas as categorias. Sendo que os aeroviários pediram ainda que os pisos sejam reajustados em 10%”, disse Junqueira.

Ele ressaltou, porém, que as companhias aéreas passam por um momento de extrema dificuldade, o que torna difícil a concessão de reajustes com ganho acima da inflação.

“As empresas aéreas, desde o início das negociações, têm sido enfáticas em afirmar que, tendo em vista os prejuízos econômicos muito grandes que tiveram ao longo do ano de 2012, com o câmbio, que é muito elevado, o preço do combustível, que no Brasil é absurdo, e o custo dos impostos que incidem sobre a aviação, elas não têm a menor condição de conceder aumento real de salário”, frisou Junqueira.
 

Edição: Carolina Pimentel