Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, defendeu hoje (11) novos modelos de gestão na saúde pública em alguns serviços nos quais os governos pagam pelo produto final do atendimento médico, em vez de comprar equipamentos e pagar médicos pela hora de trabalho.
“[Em] algumas formas de trabalho médico, é melhor pagar pelo produto entregue do que pelas horas do profissional. Se o equipamento estiver quebrado, o profissional recebe a mesma coisa. Temos que ter essa ousadia no SUS [Sistema Único de Saúde] de aprender com outras experiências, porque nossa meta é oferecer o que de melhor exista pelo menor tempo de espera do paciente”, disse o ministro. Segundo ele, às vezes, é melhor pagar pelo número de consultas e exames feitos, e não por hora de trabalho, porque, em algumas situações, não há de fato hora de trabalhado, pois o equipamento não está funcionando.
Padilha falou sobre o assunto no Centro de Diagnóstico por Imagem, durante a inauguração de um equipamento de ressonância magnética inédito no SUS. “O estado não comprou a ressonância, mas está pagando por um certo número de exames. Pagar pelo equipamento parado é um desperdício de recursos da saúde. Se o equipamento quebrar, a empresa que recebe terá interesse de consertá-lo rapidamente, porque, se não fizer isso, não vai receber [pelo serviço].”
De acordo com o ministro, o modelo anunciado hoje foi mais barato e respondeu melhor às demandas do SUS do que se a Secretaria da Saúde do estado tivesse comprado os equipamentos e pagasse pela hora dos profissionais.
O presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro, Jorge Darze, no entanto, considera um grande equívoco um modelo de gestão em saúde pública com terceirização de serviços e parcerias com a iniciativa privada. “Privatizar mão de obra e gestão da saúde pública fere as regras do Sistema Único de Saúde e a Constituição federal. O que mobiliza o privado é o lucro e o que motiva a administração pública é o interesse público, projetos diametralmente opostos”, disse Darze.
Edição: Nádia Franco