Yara Aquino e Thaís Leitão
Repórteres da Agência Brasil
Brasília – No dia seguinte à morte de Oscar Niemeyer, turistas aproveitaram a manhã para conhecer um pouco mais da obra do homem que planejou a capital federal. Brasília concentra o maior número de obras do arquiteto como a Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, os palácios da Alvorada e do Planalto e o prédio do Supremo Tribunal Federal.
A empresária de São Miguel do Oeste (SC) Sandra de Lima, 38 anos, veio a Brasília para participar de um encontro de negócios, mas disse que não tinha como deixar de visitar as obras de Niemeyer pela cidade e contemplar um pouco do legado deixado por ele.
“É muito emocionante estar em Brasília exatamente no dia depois em que Niemeyer nos deixou. Ele é motivo de orgulho para todo brasileiro. O Brasil inteiro está de luto e nós também”, disse, durante visita ao Memorial JK, museu projetado por Niemeyer e dedicado ao ex-presidente brasileiro Juscelino Kubitschek.
Em Brasília pela primeira vez, a professora Aparecida Maldonado, 70 anos, chegou à cidade ontem (5) e disse que a visita acabou se tornando uma oportunidade de conhecer parte do legado arquiteto. Natural de Apucarana (PR), Aparecida estava acompanhada da família quando visitou a Catedral e conheceu os palácios do Planalto, sede do poder Executivo, e da Alvorada, residência oficial da presidência da República.
“Sou fã, admiro muito o Oscar Niemeyer e justo no dia que chegamos a Brasília ele faleceu. O mundo perdeu um grande homem que tem obras em vários países. Um homem como esse jamais será substituído”, disse diante do Palácio da Alvorada.
Com a mesma formação de Niemeyer, o arquiteto Rodrigo Xavier, 26 anos, foi até a Catedral, sua obra predileta, para lembrar o arquiteto. “Ele deixou ensinamentos não só para nós, arquitetos, mas para todos. Sempre se importou com o lado social, era genial também com as palavras e será inesquecível em nossa arquitetura”, disse.
A professora Dulce Mattoso, 60 anos, foi ao Memorial JK nesta manhã. Moradora de João Pessoa (PB), ela acredita que a obra de Niemeyer é “grandiosa” porque foi usada em prol do desenvolvimento do país. “Ele usou toda sua inteligência e sabedoria em benefício do nosso povo e isso faz dele, além de um artista incrível, um homem fantástico”, disse, emocionada.
Dulce lembrou que, em sua cidade, uma obra de Niemeyer é motivo de muito orgulho para a população local. Trata-se da Estação Cabo Branco Ciência, Cultura e Arte, localizada sobre a falésia da ponta do Cabo Branco, que marca o ponto mais oriental das Américas.
A Torre de TV Digital de Brasília, último projeto de Niemeyer executado na cidade, foi o ponto de partida da secretária Ana Paula Nasser, 37 anos, de Lajes (SC). Em seguida, ela visitou a Catedral e disse que o que mais chamou sua atenção foi a visão de futuro nas obras do arquiteto. “Pelo que vi até agora, ficou marcada a questão da inovação e a visão de futuro que ele teve ao pensar em cada um dos monumentos”, disse Ana Paula.
Niemeyer morreu na noite de ontem (5), no Rio de Janeiro, vítima de complicações renais e desidratação. Ele completaria 105 anos no próximo dia 15.
Veja aqui galeria de imagens com as obras de Oscar Niemeyer.
Edição: Lílian Beraldo
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