Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Tribunal Constitucional do Egito suspendeu suas atividades nesse domingo (2), por tempo indeterminado, depois de manifestantes que apoiam o governo do presidente Mouhamed Mursi impedirem o trabalho dos juízes. No Egito, há aproximadamente 14 mil juízes. De acordo com a agência oficial de notícias do país, Mena, os magistrados deflagraram paralisação geral.
A organização que representa os juízes do Egito anunciou que seus integrantes não vão supervisionar o processo relativo ao referendo da proposta de Constituição do país, que ocorre em duas semanas.
A tensão política no Egito aumentou nos últimos dias com a decisão de Mursi de manter o decreto que lhe concede amplos poderes. Pela medida, o presidente amplia seus poderes e reduz os do Judiciário e Legislativo.
A iniciativa provocou protestos e críticas. Mursi disse que o decreto é temporário até a implementação da nova Constituição, mas não quis revogá-lo. Para a oposição egípcia, o decreto viola os direitos básicos à liberdade.
O Clube dos Juízes, no entanto, anunciou que os magistrados não supervisionarão o processo relativo ao referendo da proposta de Constituição. “Todos os juízes do Egito e os Clubes dos Juízes fora da capital concordaram em não fiscalizar o referendo sobre um projeto de Constituição”, disse o presidente do Clube dos Juízes, Ahmed Al Zind, em comunicado oficial.
*Com informações da BBC Brasil e da agência pública de notícias de Portugal, a Lusa.
Edição: Graça Adjuto