Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Em sua quinta edição, o Festival Entretodos está levando aos extremos da capital paulista 26 curtas-metragens sobre temas relacionados a direitos humanos. Selecionados entre quase 400 inscritos de todo o país, os filmes são exibidos em escolas, centros culturais, cineclubes e cinemas. Até a aldeia indígena guarani Tendé Porã, que fica em Paralheiros, zona sul da cidade, recebe a mostra, que começou quinta-feira (29) e termina neste domingo (2). Há também exibições em Paraty, no Rio de Janeiro.
A mostra é uma forma de aproximar o público jovem da temática, diz a secretária executiva a Comissão de Direitos Humanos da cidade de São Paulo, Célia Cristina Whitaker. “Imaginamos que, para chegar à juventude, é preciso haver também comunicação audiovisual”, ressalta Célia, ao detalhar o projeto, que inclui ainda oficinas de grafite e de confecção de instrumentos.
Com base na votação do público e na escolha de um júri, os filmes preferidos no festival receberão prêmios variando entre R$ 2 mil e R$ 4 mil, que serão entregues hoje durante show no Parque da Aclimação. Célia diz, no entanto, que, para os produtores. é mais importante passar uma mensagem afirmativa sobre direitos humanos do que receber a recompensa. “Todo mundo se interessa pela causa. Não tivemos nenhum inscrito que perguntou se tinha prêmio em dinheiro. É um festival de quebra de paradigmas.”
Vencedor do prêmio do júri popular do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, o curta brasiliense Ditadura da Especulação está entre as películas exibidas em 31 pontos da cidade. Em pouco mais de dez minutos, o filme retrata a repressão aos protestos contra a construção do Setor Noroeste na capital federal. Na área onde se ergue o bairro, está sendo suprimida uma área de vegetação, o que, segundo os realizadores do fime, põe em risco a permanência de uma comunidade indígena fundada à época da construção da capital.
Outra opção para o público é Bailão, curta-metragem que fala sobre a vida dos homossexuais na terceira idade. Para montar os 16 minutos do filme, curta o diretor Marcelo Caetano passou seis meses pesquisando os personagens no centro paulistano.
Edição: Nádia Franco