Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A informalidade é uma característica da população idosa com mais de 60 anos e também da população jovem de 16 a 24 anos. A constatação é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e está na pesquisa Síntese de Indicadores Sociais: Uma Análise das Condições de Vida da População Brasileira 2012, que o instituto está divulgando nesta quarta-feira (28).
O estudo indica que 71,7% da população idosa ocupada com mais de 60 anos encontra-se na informalidade e que 46,5% da população jovem de 16 a 24 anos estão na mesma situação. Na avaliação do IBGE, o fenômeno ocorre principalmente porque, no caso dos idosos, por já terem passado pelo mercado de trabalho, o retorno geralmente constitui uma forma de se manterem ativos, seja por gozarem de boa saúde, para complementarem a renda ou ainda como meio de socialização.
“Sendo assim, a Carteira de Trabalho assinada não é o aspecto que mais atrai esse grupo para o retorno ao mercado, já que grande parte recebe aposentadoria ou pensão”, ressalta o instituto. Já no caso dos jovens, que muitas vezes buscam o primeiro emprego, o maior interesse é obter alguma experiência no mercado de trabalho. “Logo, este grupo populacional é mais propenso a aceitar emprego sem Carteira de Trabalho assinada ou a inserir-se em ocupações com baixa taxa de formalização”.
O IBGE ressalta porém que, nos últimos anos, foram exatamente os jovens de 16 a 24 anos de idade que mais contribuíram para o aumento na formalização do mercado de trabalho, com redução de 12,7 pontos percentuais na taxa de informalidade, no período de 2006 a 2011. Numa análise por gênero, dentro dessa faixa etária, os dados mostram que as mulheres apresentaram aumento superior ao dos homens no que diz respeito à formalização do trabalho.
“Entretanto, este aumento ocorreu de forma diferenciada, segundo a cor ou raça. De 2001 a 2011, as mulheres pretas ou pardas registraram aumento de 13,3 pontos percentuais no trabalho formal, enquanto entre as brancas houve crescimento de 11,9 pontos percentuais”, destaca o estudo.
Edição: Denise Griesinger