Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governo do Distrito Federal (DF) repudiou, por meio de nota, os protestos de hoje (21) de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), classificando as ações como radicais por terem causado transtornos à população.
Na manhã de hoje, os manifestantes fecharam trechos de importantes rodovias que dão acesso ao DF para cobrar agilidade na reforma agrária. Eles montaram barricadas ateando fogo em pneus. Na BR-040, um trecho de 2,5 quilômetros ficou interditado por quatro horas. O Batalhão de Choque da Polícia Militar foi ao local para garantir a retirada do grupo. Não houve confronto. Na BR-020, os manifestantes também queimaram pneus e galhos para bloquear a estrada.
Na nota, o governo do DF informou que a área ocupada pelos sem-terra, próxima ao Catetinho (primeira residência oficial do presidente Juscelino Kubitschek), às margens da BR-040, deverá ser desocupada até o dia 1º de dezembro, conforme acertado em negociação entre os órgãos do governo, a Ouvidoria Agrária Nacional, o MST e o Movimento de Apoio aos Trabalhadores Rurais. Segundo o governo, um termo foi assinado pelos dois movimentos sociais para deixar o terreno.
“O governo trabalha para que o movimento cumpra o acordo e realize uma desocupação pacífica, como já aconteceu em outros momentos. O GDF [governo do Distrito Federal] não vai permitir a postura de embate que o grupo pretende criar e neste momento trabalha para pôr fim à desordem”, diz a nota.
Sobre o processo de reforma agrária no DF, o documento destaca que “os movimentos sociais de luta por reforma agrária para agricultura familiar” têm “espaço de negociação” e lembra que este ano foi criado o Fórum Distrital de Política de Reforma Agrária, instância coordenada pelo governo, com espaço para o diálogo.
“Periodicamente são realizados encontros para identificar áreas produtivas, planejar melhorias para o setor e intermediar o diálogo entre os órgãos governamentais e os movimentos sociais”, acrescenta a nota.
De acordo com o governo do DF, apoia as reivindicações dos movimentos sociais e enfatizou que “a agricultura familiar ganhará um impulso que beneficiará economicamente todo o Distrito Federal.”
Edição: Carolina Pimentel