Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Apesar de a Federação do Comércio do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ) prever queda nas contratações temporárias de fim de ano, em comparação com os números do ano passado, o comércio de rua espera “o melhor Natal de todos os tempos”. É o que diz o presidente da Associação dos comerciantes da Sociedade de Amigos da Rua da Alfândega e Adjacências (Saara), Ênio Bittencourt. Com mais de 600 lojas e 9.500 funcionários, a Saara é um dos maiores mercados a céu aberto da América Latina.
“A freguesia aqui aumenta a cada mês. E vamos contratar mais gente do que no ano passado para atender a esse fluxo de clientes. Vai ser o melhor Natal de todos os tempos”, ressalta Bittencourt. Ele calcula que o total de novos contratados passe de 1.500 e espera aumento de mais de 25% nas vendas deste ano – no ano passado, o crescimento ficou pouco acima de 20%.
A Fecomércio estima que 29,7% dos comerciantes contratem trabalhadores temporários para as festas de fim de ano e a alta temporada do verão. No ano passado, o percentual foi 33%. A federação calcula a contratação de 85,8 mil trabalhadores em regime temporário para atendimento da demanda neste período. No fim do ano passado, foram geradas cerca de 96,9 mil vagas temporárias.
Estudante de jornalismo, o carioca Caio Figueiroa, de 20 anos, conseguiu com facilidade trabalho em uma loja de moda masculina, depois de entrar em contato diretamente com o gerente. O estudante disse que o fato de já ter tido experiência como vendedor ajudou na contratação. “Trabalhei dez meses como vendedor efetivo, então, já sei como é o esquema e como funciona tudo.” Caio não tem, entretanto, planos de continuar na loja depois do Ano Novo. “Só quero arranjar um dinheiro para pagar a auto-escola e viajar no carnaval.”
De acordo com a Fecomércio, para os novos contratados que desejam continuar, a boa notícia é que a possibilidade de efetivação aumentou neste ano em comparação com o ano anterior: 83,2% dos empresários confirmam a possibilidade de efetivar pelo menos um dos temporários após o término das festas de fim de ano. No ano passado, o percentual de efetivações de contratados temporariamente chegou a 80%.
Edição: Nádia Franco