Paulo Virgilio
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A história de 60 anos de uma das mais tradicionais livrarias cariocas foi o tema da décima edição da série Os Livros e a Vida Literária do Rio de Janeiro, realizada hoje (12), a partir das 17h30, com entrada franca, no Auditório Machado de Assis da Biblioteca Nacional, no centro do Rio.
Pioneira na importação de obras da Europa, a Livraria Leonardo da Vinci, fundada em 1952 pela italiana Vanna Piracini e seu marido, o advogado romeno Andrei Duchiade. A livraria, inclusive, foi homenageada em versos por um de seus ilustres frequentadores, o poeta Carlos Drummond de Andrade, em seu livro As Impurezas do Branco, de 1973.
“Trata-se de uma livraria com um perfil muito singular, que com seus livros importados contribuiu para a formação de muitos intelectuais brasileiros”, disse o professor Aníbal Bragança, do Centro de Pesquisa e Editoração da Fundação Biblioteca Nacional (FBN) e coordenador da série. Bragança conduziu o bate-papo sobre as histórias da livraria, que teve as participações de Milena Duchiade, à frente da empresa desde 1997 e diretora da Associação Nacional de Livrarias (ANL), e dos escritores Luiz Costa Lima e Severino Cabral.
Iniciado em dezembro do ano passado, a série Os Livros e a Vida Literária do Rio de Janeiro promove encontros mensais com o objetivo de valorizar agentes que são importantes para a literatura, mas que normalmente não são lembrados. Livreiros, editores, bibliotecas e bibliófilos têm sido homenageados na série, aberta com uma mesa-redonda sobre a tradicional Livraria José Olympio Editora.
Entre outros, já foram tema dos encontros o editor Jorge Zahar, a Livraria Camões, especializada em literatura portuguesa, o mais antigo livreiro da cidade em atividade, Alberto Abreu, o bibliófilo Cláudio Murilo Leal e o Real Gabinete Português de Leitura, tradicional biblioteca carioca, notável por sua beleza.
“Além de conhecer mais sobre a historia desses agentes, a série tem o objetivo de possibilitar uma reflexão sobre sua importância para a memória da cidade”, declarou Aníbal Bragança. Segundo ele, a intenção é reunir esses depoimentos em um livro que contribua para a história da vida literária do Rio de Janeiro. Os próximos depoimentos do projeto, que não tem prazo para terminar, ainda não foram definidos.
Edição: Aécio Amado