Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – As cerca de 300 mulheres integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) que ocuparam ontem (11) a Fazenda Santo Henrique, da Cutrale, em Borebi, no interior paulista, ainda estão no local. A ocupação foi organizada pelo Setor de Gênero do MST com o objetivo de denunciar a grilagem e o uso excessivo de agrotóxicos pela empresa.
Segundo informações da assessoria de imprensa do MST, não houve ainda ordem de reintegração de posse. A estratégia é que as mulheres permaneçam no local até que a área seja desapropriada para reforma agrária. De acordo com o MST, essas terras são de propriedade do Núcleo Colonial Monções, criado em 1909. As terras foram adquiridas pelo governo federal para o assentamento de colonos imigrantes.
O MST informou ainda que o imóvel foi cedido para o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em 2007, por decisão da Justiça, mas a Cutrale continuou no local devido a decisões judiciais que protelam sua saída.
A Cutrale informou em comunicado que lamenta a ocupação, que provocou o impedimento do trabalho dos 450 funcionários da unidade agrícola. “A Cutrale espera que seja mantida a ordem, respeitando a integridade física das pessoas que estão na unidade, entre funcionários e familiares que lá residem, bem como do patrimônio da companhia, para que possa retomar a normalidade de suas atividades o quanto antes”, diz a empresa na nota.
De acordo com a Polícia Militar (PM), não há policiais na área, pois não foram registrados problemas no local. A polícia só estará presente se houver ordem de reintegração de posse. A PM disse ainda que o policiamento está normal, com rondas periódicas na fazenda, que fica em uma área afastada, mas com retorno imediato dos policiais à cidade.
A mesma fazenda foi ocupada pelo MST em 27 de setembro de 2009. Na época, parte da plantação de laranja foi retirada para plantio de alimentos, como arroz, feijão e milho.
Edição: Davi Oliveira