Depois de pico em outubro, Mantega projeta queda da inflação nos próximos meses

07/11/2012 - 18h06

Luciene Cruz e Wellton Máximo
Repórteres da Agência Brasil

Brasília – Depois de atingir o pico em outubro, a inflação deverá voltar a cair nos próximos meses, disse hoje (7) o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Segundo ele, os índices de preços de atacado divulgados recentemente indicam que os fatores que pressionavam a inflação nos últimos meses estão retrocedendo.

Depois de atingir 0,97% em setembro, o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), índice da Fundação Getulio Vargas influenciado pelos preços no atacado, caiu para 0,02% em outubro. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), índice oficial de inflação que mede apenas os preços para os consumidores, somou 0,59% no mês passado. Na avaliação do ministro, a queda observada no atacado deverá chegar ao varejo a partir deste mês e fazer o IPCA recuar daqui para a frente.

“Os produtos agropecuários estão caindo no atacado. Demora um ou dois meses para chegar no consumo. O IPC-S [Índice de Preços ao Consumidor Semanal], que é um índice semanal de inflação, já está caindo há duas semanas consecutivas. Já atingimos um pico de inflação. Temos um prenúncio de que a inflação vai retornar para um patamar mais baixo porque os índices de atacado estão dizendo isso”, disse Mantega ao explicar a proposta de acabar com a guerra fiscal entre os estados.

O resultado do IPCA de novembro só será divulgado na primeira semana de dezembro. Enquanto o índice não sai, a trajetória da inflação ao longo de 2012 é conflitante. De janeiro a outubro, o IPCA acumula alta de 4,38%, menos que os 5,43% verificados no mesmo período do ano anterior. Em 12 meses, no entanto, o índice está em 5,45%, acima dos 5,28% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.

Em relação à proposta de distribuição dos royalties do petróleo, aprovada ontem (6) pela Câmara dos Deputados, o ministro confirmou que o formato do texto desagrada ao governo. Segundo ele, o governo ainda está analisando as providências a serem tomadas. “A Câmara estava com outra proposta, outro projeto. De repente, foi aprovado o projeto do Senado. Não temos simpatia por essa modalidade. O que vamos fazer, o governo ainda não decidiu”, ressaltou Mantega.
 

Edição: Carolina Pimentel