Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Na América do Sul, especialmente no Brasil, o risco de ocorrer furacão é mínimo devido à ausência da combinação de fatores essenciais ao fenômeno: aquecimento da água do oceano e ventos constantes e fracos. Portanto, a ameaça do Furacão Sandy, que atingiu o Caribe e agora chega à Costa Leste dos Estados Unidos, não deve preocupar quem vive na América do Sul. Um furacão pode variar de 1 a 5, da escala Saffir-Simpson – a partir do nível 3 que é acima de 178 quilômetros por hora, o fenômeno é considerado grave.
A análise à Agência Brasil foi feita pelo professor de Meteorologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, Ernani Nascimento. Ele é considerado um dos principais estudiosos em furacões do país. “O Atlântico Norte e os ventos daquelas regiões têm os combustíveis essenciais para a ocorrência de um furacão”, descreveu ele.
Nascimento acrescentou que o atual período do ano favorece a combinação de aquecimento da água com ventos fracos e constantes nos países cercados pelo Oceano Atlântico Norte. Segundo ele, essa é uma das principais causas dos furacões.
Porém, o professor disse que é impossível avaliar se as mudanças climáticas, que vêm ocorrendo nos últimos anos, acentuaram as possibilidades de furacões no mundo. De acordo com Nascimento, é necessário aguardar mais, pelo menos, uma década para fazer a avaliação. No entanto, ele ressaltou que há estudos que mostram que as mudanças podem estimular, sim, a ocorrência de furacões.
Nascimento observa de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, a passagem do Furacão Sandy pelo Caribe e pelos Estados Unidos. Por enquanto, o rastro do furacão deixou pelo menos 50 mortos no Caribe. Nos Estados Unidos, as autoridades temem porque a chegada do furacão está associada à passagem de duas tempestades.
Especialistas norte-americanos analisam que as tempestades podem estimular o furacão a seguir do Leste dos Estados Unidos para o Oeste do país, situação que pode ser agravada com a mudança da lua que influencia a alta das marés. Como precaução, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, decretou estado de emergência em várias cidades, enquanto as autoridades locais suspenderam voos, o funcionamento do transporte urbano e das escolas.
Edição: Talita Cavalcante