Carolina Sarres*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Os chanceleres do Brasil, Antonio Patriota, e de Cabo Verde, Jorge Alberto da Silva Borges, defenderam hoje (22) o fortalecimento da União Africana (UA) e do diálogo para a resolução da crise na Guiné-Bissau, país de língua portuguesa da costa ocidental da África. Ontem (21), seis homens foram mortos próximo a Bissau, capital do país, em ataque a um quartel do Exército.
Em abril, o primeiro-ministro do país, Carlos Gomes Júnior, foi destituído do poder e substituído pelo ex-vice-chefe das Forças Armadas e atual chefe do Estado-Maior, António Indjai. Desde então, episódios de violência entre forças civis e militares têm se tornado frequentes. “Neste momento de liderança destituída, é necessário que prevaleça o diálogo”, disse Patriota, sobre a situação.
De acordo com o ministro de Cabo Verde, Jorge Borges, o Continente Africano tem atualmente dois desafios importantes, o narcotráfico e o terrorismo – respectivamente responsáveis por conflitos na Guiné-Bissau e no Mali. Para ele, a solução desses problemas é o desenvolvimento econômico e social.
Para que isso ocorra, o chanceler Antonio Patriota reforçou a necessidade de atuação coordenada das Nações Unidas e da UA. Ele também defendeu o apoio internacional à recém-eleita presidenta da organização, a sul-africana Nkosazana Dlamini Zuma. Segundo o ministro, as atuais crises no continente devem ser negociadas, preferencialmente, no âmbito regional.
Sobre as relações entre o Brasil e Cabo Verde, os chanceleres discutiram, em reunião, o estabelecimento de parceria estratégica e de contatos entre setores privados, com ênfase nas áreas de investimento, educação e capacitação profissional. As relações econômicas entre os dois países se intensificaram nos últimos anos. Segundo o Itamaraty, o comércio bilateral cresceu 475% de 2002 a 2011 – de US$ 5,6 milhões para US$ 32,2 milhões.
*Com informações da BBC Brasil
Edição: Davi Oliveira