Brasil terá pelo menos cinco novas montadoras de automóveis nos próximos três anos

18/10/2012 - 13h10

Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores (Inovar-Auto) ajudará o Brasil a ampliar as exportações, em especial para mercados que prezam por tecnologia de ponta. Além disso, vai melhorar a qualidade e diminuir o preço dos veículos produzidos para o mercado interno. De acordo com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, a competitividade no setor será ampliada com a chegada de cinco ou seis novas montadoras ao país nos próximos três anos.

“A [montadora alemã] BMW vai anunciar a construção, no Brasil, de sua primeira fábrica fora do continente europeu. Semana que vem, o presidente mundial da empresa virá ao país para fazer o anúncio”, informou Pimentel após participar do programa de rádio Bom Dia, Ministro, produzido pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República em parceria com a EBC Serviços.

“Parece que [a fábrica] será no Sul, mas não quero antecipar porque é a empresa que vai fazer o anúncio, durante a visita de seu presidente ao Brasil”, acrescentou o ministro. Pimentel disse que a BMW protocolou o pedido de adesão ao novo regime automotivo. “Depois, a habilitação será coisa rápida”.

O Inovar-Auto é um estímulo do governo à pesquisa, tecnologia e inovação no setor automotivo por meio de incentivos às montadoras que investirem em inovação tecnológica. Contempla empresas que produzem ou comercializam veículos no país, além daquelas que tiverem projeto de investimento no Brasil.

“Esse programa premia empresas que adotam mais tecnologia, eficiência energética e segurança. A partir do início do ano que vem, todos veículos sairão das fábricas com freio ABS e pelo menos dois airbags”, disse o ministro. Segundo ele, o governo pretende “manter ou expandir a posição do Brasil, que é o quarto maior produtor de veículos”, atrás dos EUA, da China e do Japão.

“A cadeia movimenta 25% do PIB porque envolve uma grande quantidade de empresas, como mecânicas, seguradoras. No mundo inteiro, o automóvel é um dos maiores indutores da economia. O Brasil faz isso com vigor e quer se tornar o maior produtor mundial, com uma grande plataforma de exportação de carros. Em dois ou três anos estaremos exportando automóveis de qualidade para todo o mundo”, argumentou.

Pimentel disse que a montadora japonesa Nissan foi a primeira empresa a ser habilitada sob o novo regime automotivo. “Hoje estamos habilitando a primeira empresa ao regime automotivo: a Nissan. Mas há outros dez ou 12 pedidos que, a partir da próxima semana, deverão ser analisados, divulgados e habilitados”.

As empresas que se habilitarem ao regime devem se comprometer com redução de até 12,08% no combustível consumido pelos veículos comercializados a partir de 2017. Quem atingir a meta passa a ter como benefício adicional o abatimento de 1 ponto percentual no IPI. Quem superar a meta, recebe desconto de 2 pontos percentuais.

“Os carros reduzirão em 18% os gases que causam efeito estufa e vão aumentar a eficiência em 8%. As montadoras que alcançarem as metas terão uma redução de 2 pontos percentuais no IPI, e pagará 5% ao invés de 7%”, disse Pimentel. “A oferta está aumentando e levará à queda de preços dos carros”, completou.

 

Edição Beto Coura